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Grupo de estudos da UNILA pesquisa o crescimento da comunidade de haitianos em Cascavel
  Data/Hora: 11.set.2014 - 12h 42 - Colunista: Cultura  
 
 
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O Brasil tem recebido nos últimos anos um contingente crescente de migrantes, invertendo uma tendência predominante na década de 90, quando milhares de brasileiros deixaram o país. A comunidade de haitianos que se formou em Cascavel é um exemplo disso. Segundo a Polícia Federal, são aproximadamente dois mil haitianos no município, número que vem crescendo desde 2010.


 

Para analisar o fenômeno, alunos da UNILA dos cursos de Ciências Econômicas, Desenvolvimento Rural e e Segurança Alimentar, Relações Internacionais e Integração, Ciência Política e Sociologia, Antropologia e Geografia formaram um grupo de estudos. Colaboram regularmente com o grupo os professores da UNILA, José Renato Vieira Martins, Danielle Araújo e James Zomighani, além da professora da USP, Maria Adélia Aparecida de Souza. Os resultados parciais deste trabalho serão apresentados no Espaço das Letras da Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu, neste sábado (13), às 20h.


 

Penso que o que está acontecendo não é passageiro. Trata-se, em realidade, de uma tendência de longa duração, e não há sinais de que vá diminuir nos próximos anos. Ao contrário, na medida em que o país se desenvolve, gera empregos e se torna mais inclusivo, a imigração aumenta. O problema é que nem o Estado, nem a sociedade, parecem preparados para recebê-los”, afirma Martins.


 

O Ministério da Justiça estima em torno de 30 mil o número de haitianos vivendo no País. Até o final do ano podem chegar a 100 mil. Eles vieram a partir de 2010, depois do terremoto que vitimou milhares de pessoas e devastou economicamente o país. Na região Sul do Brasil, uma das portas de entrada para os imigrantes, principalmente haitianos, é Foz do Iguaçu na fronteira com a Argentina. De Foz, eles seguem para Cascavel onde são empregados na indústria da alimentação, na construção civil e serviços de baixa qualificação.


 

A pesquisa já identificou alguns problemas que afetam os haitianos de Cascavel com mais frequência. Além do baixo salário e das condições de trabalho, eles também sofrem com o preconceito racial, presente nos locais de trabalho e no dia a dia da cidade. Alguns entrevistados relataram que, mesmo tendo concluído o ensino médio ou superior, eles não conseguem emprego senão em ocupações de baixa qualificação.


 

A apresentação na Feira do Livro, e outras atividades a serem realizadas, são uma tentativa de iniciar uma mudança na visão da sociedade a respeito dos imigrantes. “Eles fazem parte da solução e não do problema. Estudos demográficos mostram que em pouco tempo a população do Brasil vai estacionar. Em breve vamos necessitar de mais mão de obra. Devemos evitar que futuramente o problema venha a ser tratado por meio de muros ou expulsões arbitrárias, como é feito em outras partes”, pontuou Martins.


 

Convivência

 

Para os estudantes que participam da pesquisa, muito mais que o resultado científico, o convício com os haitianos de Cascavel tem deixado marcas na formação humanística de cada um. Mesmo com o pouco tempo de convivência, essas marcas já estão bem visíveis, como a preocupação com as condições de vida e as dificuldades que os imigrantes estão passando.


 

Através da academia, estamos colocando nossos sentimentos em algo que nos faz crescer”, pontua Lázaro Augusto dos Reis, estudante do primeiro ano do curso de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar, seguido pelos colegas de turma e curso, Jaqueline Stefanie Barbosa da Silva. Para Elaine Barreto, também aluna de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar, o contato com os haitianos é provocador. “É o afloramento de uma maior sensibilidade ao ver a dificuldade e faz com que você levante um questionamento: o que eu posso fazer por isso?”. João Paulo Angeli, aluno de Antropologia, foi um dos primeiros a ter contato com a temática ao auxiliar uma senhora haitiana e seu neto na chegada ao Brasil pela fronteira com a Argentina. “Ao encontrar os haitianos me encontrei como ser humano, como estudante universitário”, relata.


 

Esse misto de admiração, curiosidade e amizade com os haitianos não atrapalha o objetivo da pesquisa. “Mesmo a gente tendo contato com os haitianos e sabendo dessa relação de amor que eles têm, de confiança, a gente sabe que é um projeto de pesquisa e que tem de se afastar para analisar claramente as informações”, pondera Lázaro.

 


Também fazem parte do grupo de pesquisa João Eduardo Lohse, Geraldo Pavan, Elaine Barretos e Rafael Matos, alunos de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar; Dinorá Beatriz Rodríguez (Relações Internacionais e Integração), Julien Demelenne (Ciência Política e Sociologia), Thales Ramos (Ciências Econômicas) e Maria da Conceição (Antropologia).

 

Apoio

 

O grupo conta com o apoio da Polícia Federal de Foz do Iguaçu; Irmã Teresinha, da Casa do Imigrante de Foz do Iguaçu; e Fundação Friedrich Ebert, entidade alemã de cooperação internacional, responsável pela edição da revista Nueva Sociedad, especializada em temas latino-americanos. A Reitoria da UNILA também tem ajudado e apoiado institucionalmente a iniciativa. Em Cascavel, os pontos focais do grupo são a Diretora do Sindicato da Alimentação, senhora Sonia Rodrigues, e o Reverendo da Igreja Anglicana, senhor Luiz Gabas. O grupo se reúne todos os sábados, às 15h, na UNILA Centro. Os encontros são abertos a todos que queiram participar.

 
 

 

 

 
 
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