Esse risco que a sociedade corre quando elege uma MANADA DESGOVERNADA, aliás, é bom que fique claro, que não é só local, ele está impregnado nas entranhas do sistema como um todo, ou seja, a nível estadual e nacional, seja nos grotões dos agrestes ou nas capitais – em conseqüência, afetando a sociedade como um todo e corroendo por dentro e por fora muitas das nossas Instituições.
Chegando ao cúmulo de você ver um cidadão que ganha um ótimo salário para legislar e fiscalizar, bater no peito e dizer: “Façam o que quiserem – comigo não acontece nada”, como se ele estivesse “ungido” ou vacinado com anticorpos, cujo “antídoto” não é injetado no seu próprio corpo, mas sim, depositado numa conta bancária...
E essa não é uma afirmação leviana, não – muito pelo contrário, basta ter um pouco mais de discernimento para constatar com os seus próprios olhos essa afirmação. Os fatos estão todos aí - uma sucessão de escândalos mostrados diariamente pelos meios de comunicação... – a falta de consciência na hora de depositar o voto, tem sido praticamente a regra e não a exceção...
E o mais grave disso tudo, é quando você vê quê, isso tudo está acontecendo ao teu redor, dentro de um dos Poderes mais importantes da República num regime democrático – o Poder Legislativo, cuja missão é legislar, fiscalizar e proteger a sociedade do ataque “assassino” de todo e qualquer réptil ou verme que ouse contaminar os direitos constitucionais das pessoas – entre eles os mais elementares, a liberdade de expressão e a própria vida...
Por que digo isso?
Digo isso, por que você que tem um pouco mais de discernimento sabe, que boa parte da “imprensa brasileira trabalha os casos de corrupção não a partir do ato em si, mas sim, a partir de quem está envolvido nos mesmos”. E quando isso acontece, dá margem a esse tipo de rompante: “Façam o que quiserem – comigo não acontece nada”.
Um dos maiores aliados da sociedade hoje no combate a esses desmandos, a essa metástase que tem afetado e infeccionado o sistema como um todo, gerando desavenças, boletins de ocorrências e uma série de doenças que afetam o progresso e o desenvolvimento, infelizmente, não são os nossos nobres “edis” - raras são as exceções - mas sim, o Ministério Público e a Polícia Judiciária...
Ou seja, numa cidade onde se tem nove vereadores, se todos cumprissem com o seu dever cívico constitucionais, seria nove e mais os promotores que essa cidade abriga, todos armados e instrumentalizados pela própria Lei, lutando contra os possíveis “sanguessugas” que por ventura viessem querer contaminar ou destruir o tecido social. No caso de São Miguel, por exemplo, seriam nove, mais dois, ou seja, 11 corpos – 22 olhos e 22 ouvidos, auxiliados por 22 mãos e 22 pés para proteger a sociedade de possíveis ataques...
Mas, infelizmente, não é o que acontece... No caso específico de São Miguel, esses valores foram invertidos não por culpa da população, mas sim, pela contaminação desse verme nocivo e destrutivo chamado de corrupção. Explico: Vejam que a população, quando foi às urnas em outubro de 2012, escolheu a maioria dos seus representantes, entre os partidos que seria entre “aspas”, ligados a oposição – que é uma das formas de controlar a volúpia do Executivo, não permitindo a contaminação...
E o que houve?
O Executivo usou e abusou do seu poder de “caneta”, para sustentar e viciar um número tal que lhe desse sustentação.
E o resultado é o que estamos vendo hoje, graças ao trabalho despojado e abençoado de uma minoria, auxiliados pelo Ministério Público e a Justiça, os escândalos estão se sucedendo como as cinzas lançadas pelos vulcões – contaminado não só o ar e o paladar – mas, colocando em risco a própria vida de quem quer que ousa se manifestar e usar da liberdade de expressão..
Não vou relembrar aqui as ameaças que a Vereadora Cleonice Maldaner e o vereador Nilton Wencke já sofreram – nem tão pouco vou citar o que já sofremos na pele por não aceitar em receber “propinas” para se calar e varrer toda a sujeira para debaixo do tapete, como faz boa parte da mídia paga (aliás, esse é um assunto para próxima semana). Vou apenas narrar o que aconteceu com o cidadão sãomiguelense Reginaldo Leandro Oliveira, logo após ter assistido uma sessão no Legislativo Municipal...
Vale lembrar que nessa sessão, o que estava em discussão era a aprovação de um requerimento apresentado pela vereadora Nega da Aurora, solicitando ao Executivo Municipal, o rompimento dos contratos com as empresas do empresário Charles Zílio. Nesta mesma sessão, essa mesma Vereadora foi autora de um pedido de uma Comissão Processante para possível cassação do prefeito Cláudio Dutra.
Indignado pela não aprovação do requerimento e com a não abertura de uma Comissão Processante, Reginaldo protestou na sessão, chegando inclusive a vaiar os cincos vereadores que votaram contra... No final da sessão, se prontificou inclusive a dar entrevista a RPC, manifestando o seu descontentamento...
Segundo ele, ainda durante a sessão, dois vereadores que votaram contra ao pedido da vereadora (Edson Ferreira e Marcos Murbach), tiraram fotos sua via celular – “e percebi que o Vereador Edson Ferreira com o indicador no sentido ereto, fez gesto popular como se estivesse apontando uma arma” – acrescentando que “várias pessoas viram isso”, inclusive se prontificando a testemunhar.
E o que aconteceu com o Reginaldo?
Ao voltar para a sua casa, onde reside no Balneário Ipiranga, de início não percebeu que estava sendo seguido; mas numa subida (próximo a entrada da Fazendinha), foi surpreendido por duas motos, com dois comparsas na garupa – uma emparelhou o carro pela esquerda e o outro começou a emparelhar pela direita – quando um dos caroneiros sacou uma arma de cor prata e apontou para o veículo...
Segundo Reginaldo, conforme sua descrição no Boletim de Ocorrência junto a Polícia Civil e ao Ministério Público, sua esposa e amiga que estava junto, ficaram desesperadas. Foi quando “jogou” o carro para cima da moto e prosseguiu, não indo direto para casa e sim, para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência.
Vejam a gravidade destes fatos... Na próxima voltamos sobre os desdobramentos destas “ações”, cujo episódio rendeu também outro “BO” junto ao Ministério Público, feito pela Vereadora que foi autora destes pedidos. Os desdobramentos em nível de Legislativo são assustadores, intimidadores e danosos para a democracia... Na próxima...