Em um dos seus textos, com o sugestivo título: “É tempo de Desgovernar, a jornalista Eliane Tavares, falando sobre o “exemplo e a linguagem”, cita o filósofo austríaco Wittgenstein, considerado um dos mais importantes do século XX - que, "os limites da linguagem são os limites do mundo". Para ele, “se a pessoa não consegue verbalizar ou entender coisas como cooperação, solidariedade, amor, equidade, jamais poderá entender aqueles que falam sobre isso”.
Por que digo isso...
Digo isso para tentar abrir uma nova janela e voltar a falar sobre os desdobramentos dos recentes acontecimentos do Legislativo Municipal de São Miguel, onde o clima esquentou, e até Boletins de Ocorrências foram registradas na Polícia Civil e no Ministério Público.
Por que faço isto...
Foto ilustrativa - Internet - Faço isso para lançar um pouco mais de Luz e energia sobre essa atmosfera hostil e degradante que envolve atualmente o Poder Legislativo e o Executivo de nossa cidade – aonde uma sucessão de fatos intimidadores e extremamente negativos vem causando danos devastadores, assustadores e danosos para a nossa democracia...
Sito, Wittgenstein, por que, como já disseram todos os grandes mestres que já caminharam sobre a terra, homens de fé: “o exemplo é poderoso". É a grande linguagem que chega às profundezas do nosso ser. Assim, palavras como amor, solidariedade, respeito ao outro, cooperação, não podem ser ditas se não vierem acompanhadas de uma ação correspondente. Os povos astecas, por exemplo, já sabiam disso e já naquela época, afirmavam: “As palavras que não andam, não devem ser pronunciadas”.
Com essa reflexão, estou na verdade conclamando a todas as pessoas de bem que sonham com mudanças efetivas na sociedade como um todo a visitarem semanalmente o Legislativo Municipal – a Casa do Povo onde estão os representantes que vocês elegeram com o seu voto e deram a eles poderes - deram a eles uma procuração para legislar e fiscalizar em seu nome...
O que eles estão fazendo? O que eles estão aprovando?
Muitos de vocês devem estar estarrecidos com a nossa matéria de ontem, que leva o mesmo título de hoje – mas, é o relato fiel do que temos visto e sentido com as visitas pontuais que temos feito em praticamente todas as sessões daquela Casa de Leis – que é bom que se diga, muitos desconhecem esse nome e com seus atos e ações, a transforma em Casa da “MãeJoana”, ou “Casa da Dinda”, como ficou nacionalmente conhecida a residência do ex-presidente Fernando Collor...
Com essa história de BO pra lá e BO pra cá, que ocorreu no dia seguinte daquela fatídica sessão onde os Vereadores por maioria rejeitaram o Requerimento da Vereadora Nega da Aurora, bem como o pedido de Abertura de uma Comissão Processante para uma possível cassação do prefeito Claudiomiro da Costa Dutra, tivemos de lá para cá uma série de desdobramento que demonstram que nos porões dos “podres poderes” o que tem prevalecido tem sido as “intimidações” do tipo: “se você fizer isso, eu faço aquilo...”.
E por que digo isto?
Pois bem, - no final dessa fatídica “sessão”, o vereador Edson Ferreira, descontente com o pronunciamento forte e pontual que a Nega da Aurora fez na tribuna, teria se dirigido a ela com o dedo em riste, dizendo: “...você passou dos limites, dessa você não escapa”. Isso tudo em frente a diversas testemunhas e até mesmo cameras filmando, como se estivesse acima de tudo e de todos, não se preocupando com os desdobramentos que uma situação como essa pode acarretar ao ser devidamente apresentada junto a Justiça.
Temos conhecimento, muito embora, não temos em mãos uma cópia do Boletim de Ocorrência, mas no dia seguinte, a vereadora se dirigiu ao Ministério Público e prestou declaração, indicando inclusive as testemunhas que tinham presenciado tal ato...
Na última sessão ordinária deste semestre, a Vereadora ao usar da Tribuna, relatou que em breve deveria estar sendo protocolado naquela Casa, uma nova denúncia contra ela, feito por um cidadão sãomiguelense, uma espécie de Laranja usado por esse Desgoverno que o Vereador Edson representa, procurando contra atacar... “Mas vejam que nessa denúncia – para ele me denunciar sobre uma diária que fiz para ir a Curitiba em busca de recursos para o município, devidamente autorizada pelo presidente da época que era o vereador Edson, ele denuncia também o próprio Edson que foi quem autorizou...” disse a vereadora.
Moral da história: No dia seguinte, em sessão extra-ordinária, onde havia apenas duas ou três pessoas sentadas no plenário, foi colocado em votação os Autos de Processo de Cassação nº 01/2015 contra o Prefeito Municipal Claudiomiro da Costa Dutra...
E o que foi votado?
Foi votado pelo Arquivamento do Relatório da Comissão Processante contra o prefeito – Aprovado por unanimidade...
O que tudo isto significa? Por que isso aconteceu?
É o que estamos tentando desvendar com uma série de matérias que estamos fazendo sobre um dos mais importantes Poderes da República – o Poder Legislativo, onde se aprova ou reprova o que é bom – e também, tudo o que é nocivo e destrutivo para o coletivo social... Amanhã tem mais...
João Maria Teixeira da Silva.