O tempo colaborou (clima super agradável) e São Miguel do Iguaçu, realizou um bonito desfile cívico neste dia 7 de setembro, sobre a coordenação da Secretaria Municipal de Educação, muito bem organizado por sinal, com a participação de entidades, clubes de serviços, escolas municipais e particulares. Ao todo, 45 delegações desfilaram pela Rua Farroupilha dando um colorido especial. Um bom público lotou as duas laterais.
O prefeito Cláudio Dutra, encarregado de usar a palavra e fazer a abertura oficial, aproveitou a presença do público (e o ótimo sistema de som com caixas instaladas ao longo da Rua Farroupilha), para dar uma alfinetada naqueles que ele considera oposição ao seu governo. Momentaneamente esqueceu de que vivemos num regime democrático onde todos têm direito a liberdade de expressão e opinião – e que, o momento era de congregação e homenagem a Pátria.
Após fazer um agradecimento especial ao Colégio Ativa de São Miguel do Iguaçu e a Escola Cest de Santa Terezinha de Itaipu, que participaram com suas Fanfarras dando ritmo e vida ao desfile, não se conteve, e momentaneamente esqueceu que a data era alusiva a Semana da Pátria e desabafou:
“Quero agradecer a colaboração de todos que estão participando deste desfile e colaborando com a nossa Administração. E, por favor, aqueles que não estão fazendo nada, que não atrapalhem aqueles que estão fazendo”, disse ele.
Acredito que o seu desabafo deva ter no mínimo duas direções. Uma delas deve ter sido endereçada as Escolas Estaduais que por maioria absoluta optaram por não participar do desfile. E em nota endereçada a comunidade escolar, ressaltaram que:
“Entendemos que é importante e até necessário, como cidadãos brasileiros e, mais especificamente, como sãomiguelenses, exaltar nossa Pátria, nosso município, pois afinal é o lugar onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, enfim, de onde tiramos nosso sustento e construímos um futuro para nossos filhos.”
“Porém, após analisar a atual conjuntura política do Brasil, do nosso Estado e do nosso Município, com seus constantes conflitos envolvendo nossos representantes políticos e seus aliados, retratados exaustiva e vergonhosamente nos meios de comunicações e redes sociais, tanto do poder executivo quanto do legislativo, acordamos em não desfilar. Não desfilar, neste momento, é uma forma de protesto.”
“A nossa indignação é contra o modo como nosso País, nosso Estado e nosso Município vêm sendo administrados, isto é, com o povo, o cidadão e, principalmente, a EDUCAÇÃO sempre relegados ao segundo plano”, diz a nota. Fatos como esse seria desnecessário lembrar se o seu discurso tivesse como foco a Semana da Pátria, uma data super importante, que nos lembra independência, liberdade, fraternidade, amor e espírito cívico.
Faz-se necessário dizer também, que ausências importantes foram sentidas nesse desfile. O público notou e cobrou a falta da Banda Municipal, tri-campeã do Estado do Paraná e que por muitos anos foi um dos cartões postais cultural do município, um orgulho para todos nós, sob a coordenação e a regência do Maestro Gilmar. Mesmo assim, podemos considerar que foi um sucesso, em termos de participação.
Outro fato importante que vocês poderão notar através das fotos no decorrer desta matéria – acredito que isto não seja só um fenômeno local, mas sim, estadual e nacional, foi a falta de alegria, a falta de expectativa, a ausência de empolgação no semblante das pessoas – como se algum tipo de energia negativa estivesse pairando no ar e interferindo no coletivo social...
O país passa por um momento de transição. A menos de um ano, tivemos uma eleição presidencial super apertada e a oposição, aproveitando-se de um caso localizado de corrupção, quer mudar as regras do jogo, criminalizando a política e colocando em risco até mesmo a própria democracia. Ou seja, essa liberdade que temos de participar, desfilar, votar e ser votado, interagir, usufruir de inteira liberdade parece que está se esvaindo...
Muito embora a grande mídia coloque todos os dias nos nossos lares, um verdadeiro bombardeio de notícias negativas seja com relação à política, a economia ou a violência – não podemos esquecer que a Pátria, o lugar onde vivemos deve estar acima de tudo e de todos.
Aliás, foi pensando sobre isso que solicitamos no decorrer da semana, a profissionais liberais, professores, enfim, de pessoas que fazem parte do dia a dia da nossa comunidade que enviassem para a redação, mensagem alusivas a Semana da Pátria que gostariam de ver inserida junto às fotos do Desfile deste dia 7 de setembro. Veja o que conseguimos reunir:
Para a professora Eloni Teresinha Conzatti Queiroz, Diretora do Colégio Castelo Branco, atualmente o nosso país está passando por um período de turbulência política e administrativa, sim – “o que não podemos esquecer é que, PÁTRIA SOMOS NÓS. Ou seja, nós somos os construtores do nosso próprio país. Como nos ensina o filósofo Cícero: “não nascemos apenas para nós próprios; nascemos também para os nossos e para a pátria”.
Para o agricultor e vereador, Nilton Wernke, presidente do Legislativo Municipal de São Miguel do Iguaçu, uma das mais belas definições de amor e cidadania que devemos ter com a nossa pátria quem nos legou foi o nosso saudoso Rui Barbosa, quando disse: “A pátria é a família amplificada. E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. Multiplicai a célula, e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a pátria. Sempre o mesmo plasma, a mesma substância nervosa, a mesma circulação sanguínea”
O jovem desportista Luiz Carlos Schneider, presidente da Liga de Esportes Amador de São Miguel do Iguaçu, por exemplo, foi taxativo ao afirmar: “Ao ver o que está acontecendo atualmente – um verdadeiro bombardeio de fatos negativos pipocando na mídia, às vezes chego a dar razão ao jornalista e escritor, Millor Fernandes, quando disse: “Neste momento, de repente, me bate a nostalgia do que um dia se chamou de pátria.” Mas, só por um momento – para logo em seguida dar vazão a esse pensamento de Flaubert: “Talvez seja a pátria como a família: só lhe damos o valor devido, quando já não mais a temos.”
A ex-primeira dama, Nailor Polita, lembra que o presidente Getúlio Vargas, um dos maiores vultos que esse país já teve e que nos deixou um legado de amor a pátria, já dizia: “Acima dos ódios e das rivalidades, acima dos partidos e das competições, paira a imagem da Pátria”. Faço minha as palavras dele nesse momento de transição e de turbulência política e econômica – com fortes preocupações na área social. Peço à Deus que possamos comemorar por séculos e séculos a Semana da Pátria com alegria, paz e muito amor no coração”, pontifica.
Os Sensei Zilmar Tramontin e Diego Pasini, da Escola de Karatê e Associação Evolução, em nota endereçada a nossa redação, fazem questão de homenagear a Semana da Pátria com esse pensamento, atribuído a um dos grandes escritores brasileiros, Olavo Bilac: “Ame e respeite a sua pátria. Ela não tem culpa dos filhos que tem”, ressaltando que esse deveria ser o pensamento de todos, em especial da classe culta, da classe pensante que movimenta a política, a educação, a economia e faz a roda do progresso e do desenvolvimento girar. “Amar e respeitar a nossa Pátria é acima de tudo torcer para que todos, absolutamente todos possam viver em paz e em harmonia”, entendem.
Para o empresário Derli Azevedo, Diretor proprietário da Empresa Barcelona de Transportes Coletivo e presidente do Conselho Municipal de Segurança de São Miguel do Iguaçu, essa belíssima oração de respeito e amor a Pátria, proclamada pelo Conselheiro Antonio da Costa, ainda no tempo do Brasil Colonial, é atual, e deveria fazer eco em todos os corações: “O meu Brasil, pátria minha querida! Curva o teu joelho reverente diante de Jesus Cristo, e acharás no seu Evangelho a verdadeira luz, na sujeição à sua lei a verdadeira liberdade, no conforto de suas graças alegrias puras, suavíssimas, as verdadeiras alegrias da alma, que começam na terra e se consumam no céu!”.
Para o agricultor, José Leal Lunardes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Miguel do Iguaçu, “muitas pessoas, mesmo tendo tudo do que se possa imaginar do bom e do melhor – têm uma idéia errada sobre o que constitui a verdadeira felicidade – e não sabe valorizar o que é viver num país livre e democrático, com liberdade de expressão e respeito aos direitos universais de todo e qualquer cidadão. Lutar pelas desigualdades sociais, sim – mas com respeito a sua Pátria, as suas instituições para que possamos continuar com Ordem e Progresso, como prega a letra do nosso Hino Nacional”, raciocina.
Para o jovem advogado, Alexandre Polita, Rui Barbosa, o patrono da Advocacia Brasileira, foi imensamente feliz quando disse: “A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, a palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade”.
Para a psicóloga Catia Inês Werner, “quando se pensa em pátria, o melhor presente que podemos dar a ela é retomar os valores da simplicidade, da amizade, do cuidado, do sorrir e doar-se ao próximo e ao mundo. Temos que voltar a ter convívio com os nossos vizinhos, participar de associações, estudar, consumir menos de nossas próprias riquezas a fim de preservar nosso chão e devolver a ele a sua beleza. Acredito que essa seja a única forma de honrarmos nossa pátria que já foi tão rica. Hoje creio, não pode apenas existir o discurso de vote consciente e pague os impostos”, acredita.
Segundo ela, o professor Leonardo Boff está certíssimo quando afirma que o mundo precisa definir o rumo que o planeta vai traçar em direção ao futuro. ”Chegamos a um momento da história em que mais do que nunca devemos colocar de forma radical a questão ética, que é mais do que princípios e valores e sim um conjunto de ensaios que os seres humanos fazem buscando o bem comum de todos, de toda comunidade viva. Porque não estamos sozinhos, não somos os únicos a usar a biosfera. Nós que pensamos somos os responsáveis por esse cuidado”, afirma Leonardo.
“Ou nós fazemos uma aliança global para cuidarmos uns dos outros e juntos cuidarmos da Terra, ou então corremos o risco da nossa própria destruição e da devastação da diversidade”, alerta.
Na avaliação de Leonardo Boff, são necessários quatro princípios fundamentais para fundar a nova ética que recupere e preserve a Terra e a vida no planeta:
Resgate da razão com a cordialidade e a afetividade, porque quando o ser humano se envolve afetivamente começa a repensar suas atitudes.
Cuidado, já que tudo o que cuidamos dura bastante tempo e sana as feridas existentes e previne feridas futuras.
Cooperação, diferente da lógica da economia e de mercado que é a competição. Responsabilidade.
Ordem do Desfile:
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros (Defesa Civil), Formando Cidadão, Miss São Miguel, Fanfarra Ativa, Colégio Ativa, Professores PACTO, Escola Pestalozzi, Escola Anita Garibaldi, Escola Artur Cardoso, Escola La Salle, Escola Ipiranga, Escola Raineri de Mattia, Escola Monteiro Lobato, Escola Teodoro Bortoluzzi, Escola Osório, Escola Geraldo Caldani, Escola Serafin Machado de Souza, Escola José Francisco de Oliveira, Escola Henrique Ghellere, Eja, Escola Vitorino Barbiero, Escola Pequeno Principe, PROERD, CRESOL, Expressão FAESI, Colégio Teko Nemoingo, Aurora Germânico, WIZARD, Secretaria de Cultura,, Perna de Pau / Vigilância Sanitária, Fanfarra CEST, Secretaria de Esporte, Secretaria de Esporte, Secretaria de Esporte, Secretaria de Esporte, Secretaria Assistência Social, Secretaria Assistência Social, A. Secretaria Assistência Social, Atelier da Dança Luana Candido, Jovem Aprendiz, Clube Coração Valente, Clube do Grêmio, Rotary Club, Secretaria de Saúde, Soca Trilha, Clube do Cavalo, Clube do Laço, CTG Querência Amada, Veículos da Prefeitura
Fechando o desfile, essa fofurinha aí que encontramos na calçada ao lado da mamãe Marylia e da vovó Ana (antiga Cantina da Ana)