O que houve? Não sei...! Mas, algo de muito grave deve ter acontecido. “Oh humano ser, por mais que terás glória, não saberás do humano ser a história”. Acredito que Fernando Pessoa, deve ter escrito esta pérola, após assistir uma das sessões do parlamento da sua época – e boquiaberto, deve ter acrescentado: “Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens e das mulheres”.
Todos que têm por hábito acompanhar o que publicamos neste espaço, devem se recordar que as melhores matérias que já fizemos aqui, que tiveram as maiores repercussões – as mais curtidas nas redes sociais e que mais insuflou a ira do Rumo Novo foram quando a Vereadora Cleonice Maldaner fazia uso da Tribuna para denunciar os desvios de conduta desta Tropa de Choque que tomou de assalto o Paço Municipal em 2013...
E ontem, ao verificar a pauta da Câmara, ao vê-la inscrita para fazer uso da palavra, fiquei imaginando o que viria pela frente, tendo em vista que a sua postura diante do Legislativo foi sempre de combate à corrupção – uma luta implacável contra os desvios de conduta. Mas, algo de muito estranho deve ter acontecido – não acredito que seja só a MUDANÇA de ares, tendo em vista que a vereadora trocou o Distrito de Aurora do Iguaçu, a vida simples e tranqüila do interior pela movimentado “círculo social” da cidade grande...
Explico: Há cerca de uns noventa dias, a vereadora Cleonice, trocou o “Nega da Aurora” pelo “Nega da Cidade” e pelo visto, pela mudança de postura do seu discurso, está disposta a fincar os pés na “Casa Grande”... Como assim? Sim! Sua metralhadora verbal não está mais voltada contra a corrupção – mas sim, contra quem movimenta o coletivo social e faz ações do tipo: “Diga não à corrupção”.
Como assim? Sim! Ela usou a Tribuna da Câmara para em público dar um puxão de orelha no presidente da Casa, vereador Nilton Wernke, porque o mesmo cedeu o espaço para um debate no próximo dia 27 de novembro com o Economista Cid Cordeiro que tem como tema: Análise da economia e finanças do município de São Miguel do Iguaçu.
“Tentei durante a semana fazer com que o presidente não permitisse que esse encontro se realizasse aqui nesta Casa. Quem vê o convite para esse encontro, vai notar que está escrito nele que essa é mais uma ação da campanha “Diga não à corrupção” desenvolvida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, disse ela, ressaltando que isto é pura politicagem – “todos sabem que a presidente Rosnete é candidata seja à vereadora, a vice ou até mesma à prefeita nas próximas eleições”, tentou justificar.
E foi mais longe ainda: “Essa semana conversei com o Promotor, porque fiquei sabendo que ele anda dando palestras nas escolas com esse tema: “Diga não à corrupção” e perguntei para ele se ele já tinha alguma ação pronta contra algum tipo de corrupção do Executivo para que nós pudéssemos julgar”, disse ela.
O que você está lendo não é miragem, não... Foi dito na tribuna de uma sessão e está tudo lá registrado em ata. De repente, a vereadora teve um lapso de memória e esqueceu que esse Governo já foi afastado por duas vezes pela Justiça em primeira instância e só se mantém ainda no poder por força de uma liminar, até que se julgue o mérito da Ação por Improbidade Administrativa.
“Eu não consegui fazer com que o presidente mudasse de opinião e cancelasse esse encontro – mas, também tenho que parabenizá-lo por que ele cumprindo o seu papel constitucional já notificou o ex-prefeito Armando Luiz Polita de que essa Casa vai julgar as suas contas que foram rejeitadas pelo Tribunal de Conta”, disparou.
Esquece a vereadora que esse tema: “Diga Não à Corrupção”, é algo que tem que ser lembrado 24 horas por dia, principalmente entre os nossos jovens que serão os futuros governantes de amanhã...
Esquece a vereadora que até ontem, ela mesma afirmava não só na tribuna deste parlamento como também aos quatro cantos do município que a nossa cidade estava sendo governada por um político da pior espécie – capaz de “ameaçar de morte” como ela própria já denunciou na Tribuna quem se atrever a tentar barrar a sua sanha melomaníaca de querer “mais e mais”.
E de repente, às vésperas de um novo ano eleitoral, o profano vira santo e, a luta para implantar um novo conceito de dignidade e respeito não só no mundo político – mas, também no coletivo social, vira politicagem...
O que houve minha nobre Vereadora? Na última vez em que usaste da Tribuna, afirmaste com todas as letras: “Eu sinto vergonha de ser vereadora nessa cidade”. Eu me pergunto: O que será que a população está pensando dessa sua nova postura?
Amanhã volto a este assunto, inclusive com as matérias da pauta...
Comments