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Aventuras de um juiz aposentado
  Data/Hora: 24.fev.2018 - 9h 6 - Colunista: Cultura  
 
 
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                      João Baptista Herkenhoff
 
 
Foto: jornalgrandebahia - A busca de identidade é veemente na alma humana. Quem sou, como me vejo, como sou visto, que tarefa me cabe neste mundo infinito... Perguntas que angustiam.
 
Quando, depois de aposentado como juiz, também como professor me aposentei, fui tomado por uma crise de identidade.
 
Se estava aposentado na magistratura e no magistério, nem como juiz, nem como professor poderia me definir.
 
Encontrei o atalho num momento de inspiração. Já sei. Sou um Professor itinerante.
 
Essa autodefinição marcou no meu espírito uma mudança radical e fixei ali um itinerário de vida pós-aposentadoria.
 
Fiel a este projeto, tenho andado por aí a semear ideias. Não importa o valor real dessas ideias. Relevante é que a semeadura seja feita com alegria, espírito reto e boa vontade.
 
As pessoas idosas não têm o direito de guardar para si a experiência que a vida proporcionou. Segundo o filósofo Alfred Whitehead, a experiência não é para guardar. É preciso que alguma coisa façamos com ela.
 
A aposentadoria pode não implicar em encerramento de atividades, mas apenas na redução de compromissos exigentes. São múltiplas as novas experiências possíveis. Que cada um encontre seu caminho. Que a sociedade não cometa o desatino de desprezar a sabedoria dos mais velhos.
De minha parte, falando aqui e ali, em congressos, seminários e cursos, vou sorvendo a aposentadoria. Sigo o conselho de Guimarães Rosa: "Viver é perigoso. A aventura é obrigatória".
 
Fui a Paris para um encontro universitário, com passagens dadas pela empresa aérea, em circunstâncias muito interessantes. Marquei o lançamento de um livro meu, em Vitória, na abertura de um encontro nacional de Faculdades de Direito. No dia do evento, autor presente, convidados presentes, coquetel à disposição dos convivas, falta o ator principal: o livro que seria lançado. O pacote de livros, que se destinava a Vitória, foi parar em Belém do Pará. Fico envergonhado diante de tanta gente que esperava comprar o livro. Escrevo uma carta ao presidente da empresa aérea, sem nada pedir. Apenas registrando minha decepção. O presidente sensibiliza-se com o relato e oferta passagens para mim e minha esposa para qualquer cidade do mundo, onde pousassem aviões da empresa.
 
Conto a história a minha mulher e lhe pergunto: qual o destino? Ela não pestaneja: Paris, capital do mundo. E de Paris, um pulo na Grécia, berço da Antigüidade.
 
A aposentadoria pode não implicar em encerramento de atividades, mas apenas na redução de compromissos exigentes. São múltiplas as novas experiências possíveis. Que cada um encontre seu caminho. Que a sociedade não cometa o desatino de desprezar a sabedoria dos mais velhos.
 
 
João Baptista Herkenhoff é Juiz de Direito aposentado (ES), professor aposentado, palestrante e escritor em atividade.
 
 

 

 

 
 
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