Foto: youtub - Em entrevista dada ontem aos meios de comunicação, o delegado Denis Merino, da Polícia Civil de Medianeira, deixou claro que esse veículo do Legislativo Municipal foi flagrado por câmeras na ida e na volta até o local (Agro Cafeeira), onde foi encontrado o carro queimado que teria sido usado pelo executor, no dia 27 de março. Nesse dia o advogado Ricardo Ferreira Damião Júnior, foi morto a tiros na saída da faculdade onde dava aulas em Medianeira. O filho que o acompanhava também foi ferido no rosto e no pescoço.
Através da numeração do chassi do carro encontrado queimado, se chegou à casa do proprietário do mesmo e, segundo o Dr. Denis, nessa entrevista, câmeras de monitoramento dessa residência também registra a presença desse mesmo veículo da Câmara. Ou seja, só falta colocar a mão no executor para desvendar e solucionar esse crime.
Ao analisarmos com mais profundidade a apreensão do carro da Câmara ontem, juntamente com a prisão temporária de um funcionário daquela Casa de Leis, que possivelmente estaria dirigindo esse veículo no dia 27 de março deste ano, nos deparamos com uma espécie de “ciências exatas” para elucidação de crimes – onde a vontade, a operosidade e a responsabilidade do cargo estão em perfeitas sintonias com os princípios da ação e reação em busca de uma solução.
No mundo de hoje, onde vivemos cercados de câmeras por todos os lados, uma espécie de Big Brother universal, executar um crime em plena luz do dia num lugar movimentado e cheia de testemunhas por todos os lados que facilmente poderia descrever as características do veículo que conduzia o “executor” é no mínimo burrice ou autoconfiança exacerbada – do tipo – “eu tenho como pagar e sei como me safar”. Ou, quem sabe, lá atrás, num passado não muito distante, pode ter se envolvido em algo semelhante e não teve a mínima dificuldade de ocultar o mal feito.
E diante de tudo isso, uma pergunta que não quer calar, aliás, feita e refeita ontem, incessantemente por diversos interlocutores: “o carro da Câmara é de responsabilidade de quem?”.
O funcionário que foi preso temporariamente ontem é um simples servidor – e pela sua educação e perfeita obediência que tem demonstrado no dia a dia por onde passou, como funcionário da ACISMI, por exemplo, tudo indica que ele não pega nem mesmo um grampeador de uma mesa para levar a outra, sem pedir autorização de alguém.
- Quem deu ordens para ele fazer esse serviço naquele dia 27 de março, em plena terça-feira em final de expediente?
- Quem estava na Câmara naquele dia e naquele horário?
- Quem são as pessoas encarregadas da liberação do veículo da Câmara, ou melhor, com quem fica a chave do veículo?
Acredito que algum Vereador honesto daquela Casa de Leis, independentemente da investigação que corre por Medianeira para elucidar esse crime, deveria entrar com um pedido de explicação a Mesa Diretora da Câmara, para que não paire nenhuma dúvida de que o nosso Legislativo não se transformou num antro de bandido a serviço do Crime Organizado.
Aliás, é bem possível que essa iniciativa parta do próprio presidente, Professor Presa, até por que, pelo que o conhecemos bem, deverá tomar todas as providências para que a sua imagem como homem público não sofra qualquer tipo mácula que nem mesmo o tempo possa ser capaz de erradicar.
Aliás, em entrevista dada ontem, ele nos dizia que o carro do Legislativo, ao contrário do que acontecia com outras administrações, não fica mais com o presidente e sim, a disposição da Câmara para quem precisar fazer uso deles.
- O carro não tem um motorista específico, perguntei.
- Não! Ele fica na Câmara para quem precisar fazer uso dele, desde que seja a serviço com relação aos trabalhos do Legislativo, me disse ele.