banner dengue dezembro

 
 
   Categorias
  ATLETISMO
  Banco do Brasil
  Brasil
  Cartas do Leitor
  Educação
  Ego Famosos
  ENTREVISTAS
  Esporte
  Eventos
  Familias
  Foz do Iguaçu
  Geral
  Itaipu Binacional
  Lindeiros
  Moda
  Mundo
  Oeste
  Opinião do Leitor
  Policiais
  Politica
  Santa Terezinha de Itaipu
  São Miguel do Iguaçu
  Sociais
  Virtudes e valores
 
     
   Colunistas
Cultura
João Maria
 
   
 
   Previsão
 
 

 
 
 
Envie por email
 
MENSAGENS MOSTRAM QUE GOVERNO BOLSONARO PRESSIONOU PARAGUAI PARA VIABILIZAR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO EM ITAIPU
  Data/Hora: 7.ago.2019 - 11h 48 - Categoria: Brasil  
 
 
clique para ampliar

Por JEFERSON MIOLA - Tribuna da Imprensa 

 
 
O jornal paraguaio ABC traz revelações bombásticas sobre o esquema de corrupção em Itaipu para beneficiar a empresa LEROS e políticos do PSL, partido do Bolsonaro.
 
 
O intermediário da LEROS nas negociações secretas foi Alexandre Giordano, suplente do senador do Major Olímpio, do PSL, que é líder do Bolsonaro no Senado.
 
 
Essas últimas revelações aprofundam a crise política no país vizinho e poderão levar ao impeachment tanto do presidente como do vice-presidente paraguaio por crime de lesa-pátria.
 
 
Na reportagem O presidente sabia tudo sobre o acordo secreto, o jornal ABC afirma que “Mario Abdo Benitez [presidente do Paraguai] recebeu pressões do Brasil para assinar a Ata secreta de 24 de maio” [aqui].
 
 
O jornal acessou “comunicações reveladoras”, cujo conteúdo reflete “as pressões e ameaças dos brasileiros, assim como as reações de autoridades e funcionários paraguaios”.
 
 
Em mensagem de WhatsApp enviada ao presidente do país em 8 de junho – após, portanto, a assinatura da Ata Bilateral – quando então se discutia os termos da contratação da LEROS em desdobramento à assinatura da Ata, o presidente da ANDE [Administración Nacional de Eletricidad] Pedro Ferreira disse que “estava muito preocupado pelo assinado pelo Brasil, porque havia sido dito que acordaram 12% [de venda de energia paraguaia excedente], porém se depararam com 18%, o que significaria 341 milhões de dólares de sobre custo” para o Paraguai.
 
 
A resistência do então presidente da ANDE aos termos lesivos do acordo emperrava o andamento do esquema de corrupção para favorecer a LEROS.
 
 
Segundo o ABC, esta contrariedade de Pedro Ferreira causou “mal-estar do governo brasileiro”, fato que fez com que o Itamaraty adotasse a medida extrema, só adotada em momentos de alta tensão e crise entre países, de convocar o embaixador paraguaio no Brasil, Hugo Saguier Caballero no dia 20 de junho.
 
 
Caballero reportou a convocação ao diretor-geral de Itaipu pelo lado paraguaio, José Alberto Alderete que, por sua vez, repassou ao presidente do Paraguai a mensagem:
 
 
Me permito escrever-te porque estou sumamente preocupado. Ontem ao meio-dia fui convocado para as 15 hs a uma reunião no ItamaratyNão sou adivinho, mas supus que o tema era Itaipu. O Secretário-Geral Octavio [Brandelli, vice de Ernesto Araújo] foi chamado ao Planalto pelo mesmo tema e, desculpando-se, me pediu para reunir com a Embaixadora Eugenia, diretora geral de América”.
 
 
Na mensagem, Caballero relata que “de fato, o tema era Itaipu e me entregou um “aide-mémoire” que expressa o ‘mal-estar do governo brasileiro’, não [da]Chancelaria”.
 
 
É enigmático este registro do ex-embaixador paraguaio no Brasil, de que o mal-estar é do Planalto, não do Itamaraty.
 
 
O embaixador relaciona o mal-estar ou a impaciência do Planalto
 
à atitude da ANDE de não cumprir os compromissos assumidos na Ata de 24 de maio. O teor do mesmo é realmente grave. Posteriormente envio um documento elaborado pela Itaipu Brasil intitulado ‘Reflexos da falta de regulamentação da Ata Bilateral’, que quantifica os prejuízos. Isto é muito grave”.
 
 
Ainda de acordo com o jornal ABC, em
 
23 de junho ocorre uma conversa que demonstra que Abdo Benítez estava a par da negociação com o grupo LEROS, a empresa brasileira que está no centro da tormenta por haver sido, presumivelmente, apadrinhada pelo vice-presidente Hugo Velázquez e seu advogado, Joselo Rodríguez. Ferreira disse ao presidente Abdo Benítez que deveria receber 2 grupos brasileiros que viriam do Brasil para comprar energia paraguaia e escreve: ‘o [grupo] que conversamos com o vice-presidente e outro[grupo] que é do conhecimento de Ullón’ [o chefe de gabinete de Abdo]”.
 
 
Em mensagem de 4 de julho, Pedro Ferreira alerta outra vez o presidente paraguaio acerca da lesividade do acordo. Ele então disse: “Queria lhe mostrar os números e nossa análise. A prova de que o acordo é claramente inconveniente é que querem que o mantenhamos secreto. Por que os que firmaram e viram a Ata não saem a defendê-la publicamente?”.
 
 
No dia 5 de julho, com receio das represálias do governo Bolsonaro caso perdurassem empecilhos ao negócio, o presidente paraguaio Mario Abdo Benítez insistiu e pressionou Pedro Ferreira para que cedesse, e então recebeu a seguinte resposta do ex-titular da ANDE:
 
 
Presidente, se para algo lhe serve, negocia minha cabeça, não a ANDE. Eu entenderei e até aprovarei essa postura. Sei o quanto é difícil o cargo de Presidente, porém eu não posso firmar algo contrário ao meu país, não conscientemente, e, além disso, em algo que creio vai lhe prejudicar muitíssimo”.
 
 
Como comentado no artigo É preciso investigar esquema do Bolsonaro e do PSL em Itaipu [aqui], estamos diante de uma suspeita gravíssima de corrupção que, segundo divulga a imprensa paraguaia, pode envolver diretamente Bolsonaro, membros do seu partido, o PSL, e empresa que atua no mercado de energia e na mineração de diamante e nióbio, a LEROS.
 
 
Em denúncia anterior, a TV Telefuturo [aqui] mostrou mensagens em que o assessor do vice-presidente paraguaio [i] afirmava que os representantes da LEROS negociavam “em representação da família presidencial do país vizinho” e [ii] recomendava confidencialidade do acordo “devido a que, em conversações com o mais alto posto de mando do Brasil se concluiu que não é o mais favorável” dar publicidade aos seus termos para não prejudicar o negócio da LEROS.
 
 
A denúncia do jornal ABC de que [i] o presidente do Paraguai “recebeu pressões do Brasil para assinar a Ata secreta de 24 de maio” e de que [ii] o então embaixador paraguaio no Brasil foi convocado para conhecer o “mal-estar” do Planalto devido à demora no trâmite do contrato que favoreceria negócios corruptos da empresa LEROS, são indícios extremamente sérios de um caso de roubalheira binacional.
 
 

 

 

 
 
Deixe seu comentário!
 
 
 
Banner Einstein
Banner emprego
Banner Mirante
Bassani
Banner violência se limite
Rose Bueno Acessórios
Banner pedrão 2018