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Com quanto dinheiro morreu Margaret Thatcher?
  Data/Hora: 18.abr.2013 - 17h 32 - Categoria: Mundo  
 
 
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Fonte: Diário do Centro do Mundo - Paulo Nogueira - “Margaret Thatcher morreu pobre” – assim terminou Reinaldo Azevedo seu panegírico da ex-primeira-ministra. Não vou entrar no mérito dos elogios: só lembro que estão sendo feitas festas aqui no Reino Unido para comemorar a morte de Thatcher.

 

Só a casa dela vale RS 25 milhões

 

Só lembro também que ela chamou Mandela de terrorista e, no depoimento de um antigoministro do exterior australiano, fez observações a ele “chocantemente racistas” contra indianos, paquistaneses etc etc.

 

Lembro também que no próprio dia da morte não houve sequer minuto de silêncio no grande derby de Manchester entre o United e o City, por decisão dos clubes.

 

Lembro que em Liverpool a torcida local cantou para festejar a morte de Thatcher. E que na Escócia multidões saíram às ruas como se fosse o carnaval baiano.

 

Lembro também que numa enquete do Guardian sobre se devia ser erguida uma estátua a Thatcher em Trafalgar Square 87% das pessoas disseram que não.

 

E lembro, enfim, que já se instalou um debate furioso aqui em torno do que muitos consideram os gastos absurdos do funeral extravagante que será dado a ela — ainda que lhe tenham sido negadas honras de Estado, como as concedidas a Churchill.

 

A POBREZA

Mas não são estas lembranças o propósito do meu texto. É a pobreza alardeada por Reinaldo Azevedo. De onde ele tirou esse disparate?

 

Como tudo é relativo, a pobreza de Thatcher só seria admissível se você cotejasse o legado dela com o de Bill Gates. Ou então Azevedo tem uma fortuna que torna a de Thatcher uma pobreza.

 

Thatcher deixa aos herdeiros uma propriedade em Belgravia, o bairro mais caro de Londres, calculada em 25 milhões de reais. Ali ela morou até se transferir, no fim da vida, para o hotel Ritz, onde era mais fácil cuidar dela no estágio avançado de demência.

 

O patrimônio de Thatcher gira em torno de 16 milhões de dólares. É uma cifra razoável para quem chegou à política sem nada: até sua carreira realmente decolar, Thatcher foi sustentada pelo marido, Dennis.

 

Na família, dinheiro mesmo quem tem é Mark, filho de Thatcher. Em 1984, no auge do poder e influência da mãe, Mark foi acusado pela mídia de ter levado uma comissão de uma empreiteira numa obra de 300 milhões de libras em Omã. Segundo a mídia, Thatcher recomendara a empreiteira ao sultão de Omã.

 

Mark Thatcher, considerado amplamente entre os britânicos um imprestável, tem hoje uma fortuna avaliada em 100 milhões de dólares.

 

Reinaldo Azevedo tem que rever suas fontes – ou seu conceito de pobreza. Ao escrever sua previsível hagiogragia de Thatcher na Veja, Ricardo Setti – que com artigos certeiros, povoados de maiúsculas e exclamações perplexas, vai firmando lugar nas preferências jornalísticas do PIB – perguntou de saída: que dizer depois do artigo de um craque como Reinaldo Azevedo?

 

Minha sugestão: corrigir, simplesmente, a besteira.

 

Os funerais de Thatcher, uma mulher desalmada

Mauro Santayana (JB)

“Ela foi uma mulher perversa”, disse o eminente parlamentar George Galloway, o mais corajoso homem de esquerda da Grã Bretanha da atualidade, ao protestar contra a falácia da tentativa de glorificação de Margaret Thatcher pelo governo conservador.

“Nós estamos gastando 10 milhões de libras na canonização dessa mulher malvada, dessa mulher que arrasou a indústria britânica, da Escócia, no Norte, ao País de Gales, no Sul. A comparação com Churchill é rematado absurdo. Ele salvou a real existência de nosso país, enquanto Thatcher fez tudo o que pôde para acabar com 1/3 de nossa produção manufatureira e reduzir-nos ao que somos hoje”.

Os protestos populares da noite do último sábado, contra mais cortes no orçamento social britânico (que se iniciaram nos anos 80, com Margaret Thatcher) foram marcados pelas manifestações de júbilo pela morte da Dama de Ferro, que já se encontrava exilada de sua mente, acometida da doença de Alzheimer. Enquanto mantinha plena consciência de seus atos, planejou seus funerais com toda a pompa desejada: honras militares e cerimônia religiosa na Catedral de São Paulo – homenagens que não se prestaram à Rainha Mãe, quando de sua morte, em 2002.

Os cartazes exibidos pelos trabalhadores nas ruas de Londres foram impiedosos na expressão de sua revolta contra a única mulher, até agora, a chefiar o poder executivo de um país anglo – saxão.

No mesmo tom de Galloway manifestou-se Lord Prescott, que foi vice-primeiro ministro de Tony Blair: “Ela só defendeu os multimilionários, os banqueiros, os privilegiados. Nunca mostrou a menor compaixão pelos doentes, necessitados e desesperados”.

Prescott foi o primeiro a denunciar a pompa fúnebre, e sugeriu que apenas os multimilionários beneficiados por Thatcher contribuíssem para o enterro.

LIÇÕES INESQUECÍVEIS

O consulado tirânico de Thatcher, com suas consequências abomináveis para os povos do mundo, deixa lições que não podem ser esquecidas. A primeira delas é a de que as massas, sem uma vanguarda política, e, assim, sem consciência social, são facilmente manobradas pelos líderes carismáticos da direita – ou de uma falsa esquerda.

Ela, como Hitler, nunca enganou. Desde os seus primeiros passos na política, mostrou logo a que vinha. Como funcionária do primeiro escalão do Ministério da Educação, no governo Heath, mandou cortar a ração diária de leite fornecida às crianças das escolas públicas, como medida de economia, com o argumento de que os pais podiam dar-lhes o leite em casa. Diante dos protestos – os trabalhistas vaiavam-na aos gritos de “Thatcher ladra de leite!” – ela decidiu que as cantinas escolares distribuiriam 1/3 de copo de leite a cada criança, a fim de “evitar sua desnutrição”.

O corolário de sua estranha teoria política se resume em poucas palavras: não há sociedade; há indivíduos. Cabe a cada indivíduo buscar o seu bem-estar, sem nada pedir ao Estado. Em suma: se o Estado não protege os fracos, ele só existe para garantir os fortes. Abole-se, desta forma, o princípio imemorial da solidariedade tribal, assumida pelo Estado, que garantiu a sobrevivência da espécie.

A segunda lição é a de que a mobilização política é sempre mais poderosa do que os atos de violência, quando há ainda espaço para essa conduta.

Em 1983, quando terminaria o seu mandato, com a renovação da Câmara dos Comuns, um fato inesperado serviu para que, ganhando o pleito para os conservadores, permanecesse no poder: a insensatez de Galtieri em invadir as Malvinas, sem dispor de poder militar para isso, nem do necessário suporte diplomático. E o atentado do IRA, no ano seguinte, que visava matá-la, em um hotel de Brighton, e que fez cinco vítimas, consolidou seu poder.

O atentado pode ser explicado pela brutalidade da repressão contra os militantes irlandeses, prisioneiros em Ulster. O líder Bobby Sands e vários outros iniciaram uma greve de fome que terminou com a sua morte e a de nove de seus companheiros.

OS POBRES ESTÃO MORRENDO

A contra-revolução mundial de Mme. Thatcher contra os direitos do homem continua, na brutal insolência do neoliberalismo, sob o comando do Clube de Bilderberg e dos grandes bancos mundiais.

Em todos os países do mundo, principalmente na Europa, os pobres estão morrendo, por falta de empregos, de hospitais, de teto, de vontade de viver. Há endemia de suicídios, principalmente nos países meridionais. Thatcher morreu, mas Ângela Merkel está aí, para defender as suas idéias.

Um cartaz impiedoso, exibido sábado à noite em Londres expressa o sentimento dos ofendidos e humilhados pelas “reformas” de Thatcher: “The bitch is dead” – a cadela morreu. Seus filhotes, no entanto, se multiplicam no mundo.

Se a Humanidade quiser sobreviver com a dignidade construída pela razão, e não se entregar a uma tirania universal, terá que reagir com a mobilização política dos cidadãos organizada em torno de iniciativas concretas que restabeleçam os direitos previstos nas leis que pretendiam assegurar, em todo o mundo, o Estado de bem estar social, antes que seja muito tarde.

 

 
 

 

 

 
 
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