WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano Mike Johnson, disse que o escândalo de Jeffrey Epstein "não é uma farsa" em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira, conforme o caso continuou a alimentar a turbulência dentro do partido do presidente norte-americano, Donald Trump.
Trump denunciou o furor em torno de seu falecido amigo, um financista em desgraça e criminoso sexual condenado, como "a farsa de Jeffrey Epstein" e pediu a seus pares republicanos, sem sucesso, que abandonassem a questão.
"Não é uma farsa. É claro que não", disse Johnson em uma entrevista à CBS News.
Johnson disse na terça-feira que mandaria os parlamentares para casa um dia antes para um recesso de verão de cinco semanas para evitar uma briga política sobre a divulgação de arquivos adicionais sobre Epstein, que se enforcou em uma prisão da cidade de Nova York em 2019, de acordo com o médico legista chefe da cidade de Nova York.
Mesmo assim, um subcomitê controlado pelos republicanos no Comitê de Supervisão da Câmara aprovou na quarta-feira uma intimação solicitando todos os arquivos do Departamento de Justiça sobre Epstein. Três republicanos se juntaram a cinco democratas para apoiar a iniciativa, em um sinal de que o partido de Trump não estava pronto para deixar de lado a questão.
"Queremos transparência total. Queremos que todos que estejam envolvidos de alguma forma com os males de Epstein -- vamos chamá-los como foram -- sejam levados à Justiça o mais rápido possível. Queremos que todo o peso da lei recaia sobre suas cabeças", disse Johnson à CBS na entrevista, realizada na quarta-feira.
Na quarta-feira, uma revelação sobre a aparição de Trump nos registros de casos do Departamento de Justiça ameaçou aprofundar uma crise política que envolveu seu governo durante semanas.
O Wall Street Journal informou que a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse a Trump em maio que seu nome aparecia em arquivos de investigação relacionados a Epstein.
(Reportagem de Doina Chiacu)