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  Marina dá nova dimensão às eleições presidenciais  
  Publicado em 7 de Outubro de 2013  
       
 

 
 
 
Marina dá nova dimensão às eleições presidenciais

Fonte: Tribuna da Imprensa - Pedro do Coutto - O inesperado ingresso da ex-senadora Marina Silva nos quadros do PSB e seu apoio à candidatura do governador Eduardo Campos deu nova dimensão às eleições presidenciais de 2014 e pode alterar os rumos da campanha. Sobretudo na medida em que polariza a disputa pela segunda colocação, no primeiro turno, entre Aécio Neves e Eduardo Campos, etapa decisiva para realização do segundo turno reunindo a atual presidente da república e aquele que mais se aproxima dela. Isso porque não há dúvida de que Dilma Rousseff será mais votada no confronto inicial.
 
A hipótese do segundo turno vai, entretanto, depender da capacidade de Marina Silva transferir para Eduardo Campos seu potencial de votos, bastante expressivo como a mais recente pesquisa do Ibope revelou. De qualquer forma, o apoio de Marina Silva ao governador de Pernambuco acrescentará expressão e vigor ao candidato do Partido Socialista Brasileiro, um dissidente do esquema político do Planalto, da mesma forma que Marina Silva, rompida com o PT a partir de sua demissão do Ministério do Meio Ambiente.
 
Foi no momento em que se opôs à construção da hidrelétrica de Santo Antonio, empreendimento que tem a estatal Furnas como acionista majoritária com 39% das ações. Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia e Marina Silva ingressou no PV, disputando a presidência da República em 2010 quando obteve 19,6 milhões de votos. A inscrição da ex-senadora no PSB vai produzir reflexos também em várias eleições estaduais, entre elas para o governo do Rio de janeiro. O PSB terá que se distanciar concretamente do governo Sérgio Cabral, já que o atual governador é do PMDB e apoia, como inclusive é natural, a candidatura Dilma Rousseff à reeleição. E no seu pronunciamento de sábado, momento em que assinou a entrada no PSB, Marina Silva fez fortes críticas indiretas ao ex-presidente Lula quanto à presidente da República. O PSB terá que entregar as duas secretarias que ocupa no executivo estadual e se preparar para uma campanha anti Sérgio Cabral e, em consequência, contra a candidatura Luiz Fernando Pezão.
 
Mas no meio de tudo, é necessário assinalar, que nem todos os apoios funcionam em matéria de transferência de votos. O maior exemplo é o de Getúlio Vargas. Na redemocratização 45, elegeu o general Eurico Gaspar Dutra presidente da República, derrotando o brigadeiro Eduardo Gomes por maioria absoluta. Naquele pleito, a legislação permitia, Vargas elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul e São Paulo e, ao mesmo tempo, deputado federal por cinco estados. Tudo isso sem sair de sua fazenda em São Borja. Entretanto, em 1947, dois nãos depois, apoiou Hugo Borghi para governador de São  Paulo, ma foi derrotado por Ademar de Barros. Coisas da política.
 
O ingresso de Marina Silva no PSB foi uma surpresa. Mas a política está cheia de surpresas que a tornam, em muitos casos, imprevisível. Afinal, quem poderia prever o suicídio de Vargas; a renúncia de Jânio Quadros; a deposição de João Goulart; a cassação de Carlos Lacerda pelo movimento político militar de 64 que ele liderou; finalmente, para na alongar de mais o jogo das bolas de cristal, quem poderia prever a morte de Tancredo neves?
 
Imprevisível também o fato de José Sarney deixar a presidência da Arena, ingressar no PMDB, formar chapa com Tancredo e, dessa forma, tornar-se presidente da República. Agora, para 2014, mais um enigma: quem irá ao segundo turno contra Dilma Rousseff: Aécio Neves ou Eduardo campos?

 
 
 
 
     
 

 
 
     
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