O comando de greve em São Miguel do Iguaçu, esteve reunido ontem, nas dependências do Colégio Nestor. Segundo os coordenadores, o objetivo da reunião foi para fazer um balanço deste novo quadro diante da decisão do Governador Beto Richa de virar as costas para a classe. “Antes de pensarmos na reposição de aula e de possíveis descontos dos dias parados, vamos analisar primeiro o que este governo está querendo fazer conosco”, pregava o professor Ari Luiz Jarczeski, um dos coordenadores do movimento grevista em São Miguel do Iguaçu.
Mesmo com toda a repercussão negativa no país e no mundo diante do que ocorreu no dia 29 de abril em frente ao Centro Cívico, a impressão que se tem é que o Governo não está nem aí com a classe. “Primeiro ele mobiliza mais de dois mil policiais militares para aprovar uma lei que mexeu com o Fundo Previdenciário, onde 33 mil servidores que nunca contribuíram para esse fundo passam a ter direito ao mesmo. Uma economia de mais de 135 milhões de reais mensais para os cofres do Estado. OU seja, ele não está nem aí no que vai acontecer depois. E agora, não nos quer dar nem mesmo a reposição salarial prevista em Lei”, raciocina Ari.
Em nota divulgada para a imprensa na manhã de ontem (14), o governador diz que vai descontar os dias parados, abrir processos contra diretores (as) e um aumento de 5% de reajuste, segundo ele, de acordo com a disponibilidade financeira do Estado.
“Além de não cumprir a lei do Piso que estabeleceu a partir de janeiro um reajuste de 13,1%, agora ele pretende descumprir a lei estadual da data-base que determina, em maio, a reposição da inflação dos últimos 12 meses”, entende Ari, ressaltando que esse índice deve ficar em torno de 8.17% e o governo anuncia apenas 5%.
“Isso é uma afronta a nossa classe. Com essa nota ele simplesmente diz que não quer diálogo – ele sinaliza que prefere o confronto. Em momentos como esse precisamos estar mais unidos do que nunca. É o nosso futuro, é o futuro da Educação que está em jogo”, pontifica Ari.

O momento em que o professor Ari mostrava para os Professores a Homenagem que será entregue aos professores na próxima Segunda Feira, 18, logo após a sessão do Legislativo Municipal de São Miguel do Iguaçu
Na próxima segunda-feira, os professores da Rede Estadual estarão recebendo uma homenagem na Câmara de Vereadores de São Miguel do Iguaçu. Uma iniciativa da AESCA – Associação Esportiva, Cultural e Ambiental de São Miguel do Iguaçu; SINSMI – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Miguel do Iguaçu e do próprio Poder Legislativo.
A solenidade acontece logo após a sessão que se inicia às 17h00. “Vamos estar todos lá. E desde já quero agradecer ao Legislativo Municipal, ao Sindicato dos Servidores Municipais e a AESCA, por essa bela iniciativa que vem fortalecer, apoiar e valorizar a nossa classe” me dizia Ari, ontem, no momento em que divulgava para a classe esta homenagem.
Para a professora Rosnete Rubler, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, o objetivo desta homenagem é mostrar o contraponto entre o que aconteceu no dia 29 de abril no Centro Cívico em Curitiba. “Lá eles receberam a classe com bombas e balas num dos maiores massacres aos nossos professores já ocorridos neste país. Aqui, nós vamos recebê-los com flores, valorização, respeito e dignidade – como devem ser tratados, pois se hoje somos o que somos, foi por que tivemos um professor em nossa vida”.
“Desde já, quero parabenizar o presidente desta Casa de Leis e toda a sua Direção, por serem sensíveis a esta causa que no meu ponto de vista, não é só dos professores, mas da sociedade como um todo”, ressalta Rosnete