Hoje, de manhã, uma internauta atenta me ligou dizendo: “Você está escutando a Rádio Jornal?”.

 

- Infelizmente não. Não tenho por hábito escutar rádio, respondi.

 

- Você perdeu uma reportagem ótima no Programa do Renê, me disse ela, para mais tarde nos visitar e relatar uma série de detalhes...

 

Segundo ela, um senhor que tem a nobre missão de diagnosticar, clinicar e dar o seu veredito sobre o estado físico e mental dos seus pacientes, por volta das 05h00 hora da manhã, teve um surto/alcoólico/mental e resolveu brindar o público presente com um show estilo Lobão...

 

Dizem, que ele começou invocando os deuses e em voz alta, com as mãos postas para o céu, bradou em alto e bom som: “ONDE HOUVER TREVAS QUE EU LEVE A LUZ...”

 

Em seguida, ele começou a tirar sons do próprio corpo, batendo com as mãos no peito e dançando como se tivesse incorporado o espírito do Carlinhos Brown... O Carlinhos, aquele que até domingo passado vinha arrasando no Devoice Kid...

 

“Uma pena que ninguém filmou. O pessoal do Pronto, não entendeu o seu espírito artístico e ligaram para a Polícia, achando que o moço tinha pirado e necessitava de tratamento de choque...”, relata a internauta.

 

- Mas o que ele dizia ou cantava, perguntei.

 

“Me disseram que o que mais irritou os funcionários, foi o momento em que ele começou a desfilar uma espécie de paródia em forma de repente – a melodia até que era boa, mas não gostaram da letra”, dizia ela, rachando de dar risada...

 

- Mas por que estais a rir tanto, assim, interferi.

 

- A letra fazia menção de que ele estava descontente com o momento atual e extremamente ansioso para testemunhar o capitulo final, continuou ela acrescentando riso e movimento com as mãos ao seu relato...

 

- Alguém filmou ou gravou tudo isto, insisti...

 

- Sim! Uma pessoa me mostrou e nós ouvimos juntas umas dez vezes, respondeu se desmanchando em riso...

 

- Lembra de alguma coisa, pelo menos uma estrofe, um verso, só para ilustrarmos essa matéria, brinquei.

 

Lembro, sim! Ela parou de rir, e veja a beleza da letra, que segundo ela, esse PROFISSIONAL Etaboration, nos presenteou:

 

Quem disse que eu bebi,

Enganado pode estar...

Eu não sou daqui

E quero voltar...

E não vejo a hora

Disso aqui mudar...

 

Esse povo é bom e a terra é bonita...

Mas com esse comando

Estamos mal na fita

E não vejo à hora

De ver de volta esta visão Cosmopolita...

 

Segundo ela, foi nesse momento que a boiada estourou e o pessoal ligou pedindo reforço policial, invocando entre outras coisas a Lei Eleitoral...

 

Em pleno Ano Eleitoral, isso não pode, é campanha antecipada, sem contar que somos que pagamos o seu salário, resmungava a Diretora, segundo o seu relato...

 

E o profissional, embriagado e contagiado com a atmosfera governamental, ria, se deliciava e cantava, cantava e cantava:

É bonita, é bonita e é bonita,

E vai ficar muito mais linda

Quando estivermos de volta

Essa visão Cosmopolita...

 

No final, não o algemaram, mas o convidaram a se retirar do recinto e ir cantar em outro labirinto – mesmo assim, ele não parava e cantava, cantava e cantava...

 

Eu sei que a minha música irrita,

Mas, encanta e me incita

É saber que essa agonia,

Que transborda em nostalgia,

Já tem data para acabar...

E daí podemos cantar...

É bonita, é bonita e é bonita,

Essa maravilhosa visão Cosmopolita...