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  Crise na Europa se arrasta devido ao modelo de governo, diz especialista  
  Publicado em 30 de Novembro de 2012  
       
 

 
 
 
Crise na Europa se arrasta devido ao modelo de governo, diz especialista

É mais fácil para os países do Mercosul enfrentarem uma crise econômica do que para os 27 países que integram a União Europeia, avaliou o doutor em Direito Jorge Fontoura, que participou nesta quinta-feira (29), em Foz do Iguaçu, do Ciclo Permanente de Debates Jurídicos. O evento é organizado pela Itaipu Binacional e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR).

 

 

Segundo Fontoura, “a dificuldade para a Europa sair da crise pode estar relacionada ao modelo de gestão”, em que o governo de cada país precisa obedecer a instâncias superiores. No Mercosul, a decisão de um país de mexer em sua moeda, por exemplo, não precisa da aprovação dos parceiros, enquanto nos países da zona do Euro a decisão é supranacional e, no caso da moeda, só pode ser tomada pelo Banco Central Europeu.

 

 

 

A palestra fez parte de um dos temas discutidos nesta quinta-feira, “Direito Internacional”. Os debates prosseguem nesta sexta-feira, no auditório da UDC, com palestras do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e do advogado Raphael Carvalho de Vasconcelos. O outro tema discutido quinta-feira foi Arbitragem Internacional.

 

 

Mobilidade

 

Na sua palestra, Jorge Fontoura disse que “numa crise econômica como a que a Europa vive hoje, blocos econômicos que mantêm os países com o modelo de gestão independente levam vantagem, porque há mais mobilidade e rapidez nas decisões”. É o caso do Mercosul e de outros blocos latino-americanos.

 

 

Na União Europeia, formada por 27 nações, a crise econômica, gerada pela impossibilidade de alguns dos países cumprir metas como a redução do endividamento interno, afeta o bloco inteiro, mas especialmente os 17 países que utilizam moeda única, o euro.

 

 

“Sem exceção, esses países passam por crises profundas. Eu posso dizer que o Natal, na Europa, será difícil para muitas famílias. Enquanto nós aqui estamos brigando por aumento de salário, os europeus estão brigando pela manutenção do emprego. Parece que o

mundo virou de ponta-cabeça”, completou.

 

 

 Arbitragem

 

O tema “Arbitragem Comercial” foi abordado por Francisco Rezek, que é juiz da Corte Internacional de Justiça. Ele disse que o Brasil permaneceu muito tempo fechado para o comércio exterior por ser um país gigantesco e quase autossuficiente. “A nossa necessidade de comunicação com o exterior não é tão grande quanto a de outros países com menor extensão demográfica”, explicou.

 

 

Segundo Rezek, hoje o Brasil só usa as regras da Arbitragem Jurídica para resolver pequenos problemas, como a circulação de pessoas entre países vizinhos e tarifas, ao contrário de muitas nações, que disputam inclusive territórios.

 

 

Expansão

 

O diretor jurídico da Itaipu, Cezar Ziliotto, informou que a edição 2013 do Ciclo de Debates terá muitas novidades. Além de um cronograma com temas atuais e de interesse de advogados e acadêmicos, o evento será realizado em outras cidades da região.

 

 

“O Ciclo de Debates está consolidado. Para o próximo ano, queremos descentralizar os encontros, levando os debates também para os municípios lindeiros ao reservatório de Itaipu”.

 

 
 
 
 
     
 

 
 
     
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