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Combate ao tráfico de mulheres exige união dos países, defende Clara Charf em Foz do Iguaçu
  Data/Hora: 10.mai.2013 - 9h 55 - Categoria: Itaipu Binacional  
 
 
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O sucesso no combate ao tráfico de mulheres depende de uma estratégia unificada dos países fronteiriços ao Brasil, uma das principais portas de entrada e saída de pessoas traficadas no País. A defesa da criação de uma rede integrada foi feita na noite dessa quarta-feira (8), pela ativista Clara Charf durante abertura do painel temático “Mulheres e Homens pela Paz e contra o Tráfico de Mulheres e a Violência Sexual”, em Foz do Iguaçu.

 

O evento segue até sexta-feira (10), no Hotel Bella Itália, e reúne representantes de organizações não-governamentais, do poder público, das polícias civil e federal e da Itaipu Binacional, apoiadora da iniciativa.

 

Clara Charf, um dos principais nomes da luta contra a ditadura militar e viúva de Carlos Marighella, disse ser necessário um maior intercâmbio entre os países – condição que pode ter um passo importante com o seminário em Foz.

 

“Temos aqui a chance de reunir e consolidar dados sobre o assunto. Não há números exatos, mas este trabalho vai unificar as informações”, afirmou. “Um país pode ajudar o outro, do ponto de vista político e estratégico. Os criminosos devem saber que se fugirem de um lugar, podem ser presos no outro”, completou Clara, que é presidente a Associação Mulheres pela Paz, instituição organizadora do painel.

 

Para que o trabalho dê resultado, ela disse contar com instituições com as quais sequer imaginava uma boa relação nos seus tempos de militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN), fundada por Marighella.

 

“Eu tenho um medo danado da polícia, no tempo da repressão não era brincadeira. Agora vejo um delegado ao meu lado e vou até dar a mão a ele. Essa evolução é uma das coisas mais lindas da luta”, brincou ao cumprimentar o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Campos da Costa, que explicou o trabalho preventivo da PF contra este tipo de crime.

 

Aliados e aliadas

Aos 87 anos, a ativista disse que deixará seu legado “às tantas Claras Charfs” que existem País afora. “Há muita gente lutando contra todo o tipo de repressão no Brasil. É tanta coisa que não conseguimos acompanhar”. Neste contexto, muitos nomes são de homens, que aderiram à causa feminista nos últimos anos.

 

A opressão masculina cedeu, se comparada com o cenário dos anos de 1940, quando ela começou sua militância. “A gente não podia nem conversar, porque alguns maridos achavam que era tramoia. Uma amiga minha deixava a tábua de passar ferro aberta, para disfarçar”, lembrou.

 

Hoje, algumas organizações masculinas participam com regularidade dos eventos da Associação Mulheres pela Paz. “Eles são nossos aliados”, disse. “Não se pode transformar a sociedade com uma parte da população. Tem que ser com todos, homens e mulheres.”

 

Outra aliado contra a violência e o combate ao tráfico de mulheres são os veículos de comunicação. “A novela [Salve Jorge] levou este tema para grandes setores da sociedade, que desconheciam o problema ou sabiam de sua existência, mas não queriam ver. Agora é um assunto debatido em todo lugar”.

 

Para ela, a imprensa também tem um papel importante nesta batalha. “É importante que os jornalistas tenham sensibilidade de reconhecer a gravidade destes problemas e os levem a público”.

 

Ação integrada

Iniciativas como a Rede Proteger, composta por Itaipu e outras 39 instituições que atuam no combate à violência infantojuvenil, são bons exemplos de como a atuação integrada na fronteira. No próximo dia 17, uma caminhada no centro de Foz marcará o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, lembrado em 18 de maio.

 

“O Brasil é um país extraordinário. Não é possível que nós deixemos de empunhar uma bandeira para impedir o tráfico de mulheres e a exploração infantil”, afirmou o diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, na solenidade de abertura. “Devemos esta luta também em nome das muitas Claras, que se dedicaram a construir uma nação digna de seu nome”.

 

Portas abertas

Ainda não está definido se o encontro resultará em um protocolo formal para o combate ao tráfico de mulheres, mas as autoridades presentes no evento se mostraram dispostas a ampliar o diálogo sobre o assunto.

 

O juiz da 4ª Vara Criminal de Direito em Foz do Iguaçu, Ariel Nicolai Cesa Dias, especializado nos crimes contra a mulher e à criança e ao adolescente, disse que as portas do Judiciário estão abertas para tratar sobre este tema.

 

O Consulado Argentino também se colocou à disposição para atender problemas que ocorram na Argentina ou que envolvam pessoas daquele país. “Nestes crimes, às vezes há a cumplicidade de pessoas ligadas ao Estado, como policiais. E o consulado pode ser usado como uma ponte, uma instância neutra”, disse o cônsul interino da Argentina em Foz, Lisandro Parra. “O maior capital destas reuniões é a gente se conhecer e se contatar quando precisam”.

 

Segundo o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Campos da Costa, a população pode denunciar os casos de tráfico de pessoas à PF por telefone, pelo 190. “Essa informação é encaminhada para nós e, quando necessário, iniciada uma investigação”.

 

Um fator de impedimento da atuação da polícia é “o vício de vontade”, ou seja, o consentimento da vítima sobre a exploração sexual. “Se as pessoas estão indo para o exterior cientes de que a saída é para prostituição, nossa atuação fica mais complicada”.

 

Clandestinos, ilegais

Nos consulados, o que dificulta a atuação formal é a ilegalidade usada na saída e entrada no País de mulheres em situação de violência. Segundo Parra, os criminosos evitam os canais oficiais para a obtenção de vistos e, por isso, os serviços de diplomacia não costumam ser procurados por eles.

 

Alguns indícios suspeitos são observados nas entrevistas para a cessão do visto. “A retenção dos filhos destas mulheres em outros países é uma das estratégias dos criminosos”, explicou o cônsul Lisandro Parra.

 
 

 

 

 
 
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