“Foram 48 horas de muita adrenalina para as equipes, onde mais de 200 profissionais participaram desde a criação de roteiro, produção e finalização das produções cinematográficas”.
O último fim de semana foi agitado na fronteira, a região se transformou em cenário para 24 curtas metragens produzidos para a Maratona Cinematográfica do Festival Curta Iguassu, que envolveu profissionais de diversas regiões do Brasil, Paraguai e também da Argentina.
O público atento e vigilante...
A organização elaborou dois temas que foram sorteados para os participantes, o primeiro baseava-se em uma frase do dramaturgo russo Antón Chajóv “Quem pode compreender meu terror melhor que você?”. Já o outro tema foi em homenagem a um dos escritores mais importantes da Itália, Italo Calvino sobre a temática escrita por ele “Cidade Imaginada”.
Bastidores de uma gravação...
O ponto alto do evento foi a exibição de todos os materiais produzidos, a festa foi realizada no Sandia Party Bar onde mais de 300 pessoas foram conferir o trabalho realizado pelas equipes.
Invencibilidade das produções locais
Depois de horas de discussões e avaliações os sete jurados convidados pela organização do Festival votaram e escolheram os ganhadores. A equipe intitulada “Guaranies” de Ciudad del Este no Paraguai com a produção de
“Acá és Asi!” levou o Prêmio de Melhor Filme que mostrava o cotidiano de jovens paraguaios que convivem no dia a dia com várias adversidades sociais. Para Marco Ramirez, codiretor do curta afirma que não imaginavam que poderiam ganhar o prêmio, em todas as etapas da produção desse material foi uma diversão e ser o ganhador foi realmente uma surpresa. Eles levaram o maior prêmio no valor de três mil reais.
Já a equipe “Fire in the Cine” de Foz do Iguaçu levou três prêmios, o de melhor trilha sonora, direção e fotografia com o curta metragem “Duo” que retratou o “terror” vivido por um jovem. De acordo com Bruno Baruta, diretor de fotografia do filme a produção foi frenética, e apesar de todo o trabalho jamais acreditavam em ser premiados, mas um prêmio como esse foi um estímulo na carreira profissional de cada um.
E quem levou o melhor roteiro foi o filme “A cidade é você” da equipe iguaçuense “Tomate Cru”, o curta baseia-se na história de um jovem rapaz que conversa com seu avô sobre a visão de cada um sobre a cidade. A história emocionante mostra que há divergência no ponto de vista dos dois personagens. Dário Andreghetti membro da equipe diz que a ideia surgiu na correria, e que o curta foi produzido em um tempo muito menor em torno de 14 horas, com uma ideia simples, mas que cativasse o público, afirma.
Fronteira Cinematográfica
Ao todo foram 24 produções realizadas por profissionais, estudantes e amadores. Que retrataram cenários do cotidiano local, histórias fictícias que poderiam ser vividas aqui. Para Fran Rebellato, membro da organização do Festival Curta Iguassu, o que valeu foi à integração e principalmente a disposição de todas as equipes, que nessa segunda edição conseguiram atrair profissionais de outras regiões como de Oberá na Argentina. Já Fernanda Fedrigo, presidente executiva do Instituto Internacional POLOIGUASSU valoriza a equipe e também os parceiros que ajudaram a viabilizar o Festival Curta Iguassu, “com certeza sem os nossos parceiros e a equipe que trabalhou muito nesses últimos dias, não teríamos conseguido bons resultados”, afirma.
O Festival
O CURTA IGUASSU FAST FORWARD BRASIL é um festival amador, sem fins comerciais, que além da maratona cinematográfica contou com “Oficinas” ministrados por experientes profissionais. Este projeto é executado pelo Instituto Internacional POLOIGUASSU e conta com apoios de diversas entidades locais e também da Itaipu Binacional. Este ano uma das novidades foi a interação com a população local com a exibição de filmes em várias partes da cidade como o filme “Elena”. Além de intervenções culturais com artistas realizando atividades em toda a Região Trinacional do Iguassu.
Já o ponto alto do Festival que é a Maratona Cinematográfica propôs um desafio aos participantes, produzir um Curta Metragem em no máximo 48 horas com dois temas definidos pela organização. A iniciativa inspirou-se no conceito desenvolvido originalmente em Chicago, a partir de onde se propagou por diversos países. O formato adotado espelha-se especialmente no Fast Forward Portugal, realizado desde 2006 na cidade de Braga, organizado e promovido pela cooperativa cultural Velha-a-Branca.