O Cultivando Água Boa poderá ser o primeiro exemplo brasileiro na área de meio ambiente a tornar-se um programa  de cooperação ibero-americano

Ciliany Perdoná / AI: Conselho dos Lindeiros

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“Impressionado. Esta palavra define tudo que vivenciei e ouvi das pessoas sobre o Programa Cultivando Água Boa durante os dias em que visitamos a região”. A frase é do ex-deputado e ex-presidente do parlamento europeu, na Guatemala, Marcos Antonio Solares – que integrou o grupo de representantes de ministros de oito países ibero-americanos que permaneceu de 25 a 27 de setembro, cumprindo agenda de trabalho em Foz do Iguaçu e em diversos municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3). Além da Guatemala, participaram da visita técnica representantes da Colômbia, Chile, Argentina, República Dominicana, Uruguai, Espanha, Panamá e Brasil.

A vice-ministra de Desenvolvimento Sustentável da Guatemala, Ivanova Maria Ancheta Alvarado avaliou como positiva a intenção de Itaipu em partilhar suas boas experiências com os demais países. “Ficamos muito satisfeitos pela forma palpável de conhecer as ações do Cultivando Água Boa. Creio que muitas iniciativas podem ser adotadas em nosso país, porém, temos que trabalhar muito forte na criação de uma estratégia para que, assim que aprovado o programa de cooperação, possamos implantar a metodologia correta que nos dê os resultados que esperamos”. Segundo Ivanova, no dia 20 de novembro o ministro estará em Foz do Iguaçu para participar do Encontro com Países Ibero-Americanos e, consequentemente, alinhar com os demais ministros o diálogo sobre a efetiva intenção de adesão.

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Miguel Samek, receber um grupo de países ibero-americanos demonstra a confirmação de um trabalho positivo e de resultados em toda região. “Esse é o momento de coroamento de um trabalho que vem sendo feito com uma parceria extraordinária. Nossa intenção é que esta prática seja multiplicada e aplicada em todos os países ibero-americanos para se tornar uma política pública de resultados concretos”.

O diretor de Coordenação e Meio Ambiente da binacional, Nelton Friedrich, destacou que a visita deste grupo marca o passo inicial e definitivo de um projeto internacional para o Programa CAB. “O Cultivando Água Boa tem sido apresentado para vários países ao longo desses dez anos e, com isso, despertou a atenção da Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib) nos congressos em que temos participado. Os visitantes ibero-americanos gostaram do que viram e o próximo passo é entramos no processo de montagem, desenho e aprovação do programa de cooperação que deverá acontecer, pelos chefes de estado, em outubro de 2014”.   

Visão brasileira

Paulo Peixoto, coordenador-geral de Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) – Ministério das Relações Exteriores, disse estar convicto de que o CAB será um excelente produto que vai se somar às diferentes experiências que o Brasil possui no exterior.

“O CAB é integrado e abrange vários setores. Uma grande preocupação mundial hoje é o desenvolvimento sustentável, o meio ambiente, sendo um processo que não tem volta. Ou nós nos desenvolvemos de maneira sustentável ou nós vamos nos extinguir”. Ele acrescentou que o aspecto social do programa também é muito interessante, bastante abrangente e integrado, sendo traduzido em uma solução possível para vários problemas existentes.

Com relação aos encaminhamentos para avaliação, aprovação e identificação de ações no âmbito de cooperação dos países ibero-americanos, Peixoto explicou que a proposta do CAB deverá ser estruturada, e devidamente alinhada com os países interessados, até outubro de 2014, quando haverá o encontro com presidentes. “A princípio sete países devem aderir para que o programa de cooperação seja firmado, mas, sobretudo, o projeto segue aberto para os demais, à medida que os países vão tomando conhecimento”.

Na região

O presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e prefeito de Santa Helena, Jucerlei Sotoriva (Juce), reforçou o orgulho em fazer parte da evolução do CAB.

“Somos referência e isso faz toda diferença”, disse Juce, ao acrescentar que a Itaipu foi muito sábia em adotar o novo modo de governar, de forma participativa. “Hoje as pessoas sentem-se parte, estão incorporadas neste processo construtivo que não foca apenas um segmento, mas sim, um complexo de ações”.

Da mesma forma o prefeito de Ouro Verde do Oeste, Aldacir Domingos Pavan - município que hoje está com 80% de seus passivos ambientais sanados -, informou que o CAB é um marco para sua cidade. “A mudança foi completa. Se para nós houve uma mudança muito positiva a partir da implantação do programa, certamente para os demais países, também será”.

São Miguel do Iguaçu também recebeu a visita do grupo de ibero-americanos. Recepcionados pelo prefeito, Cláudio Dutra, os visitantes almoçaram na propriedade que tem forte predominância no cultivo de orgânicos do senhor José Maiolli. “Sempre é um orgulho falar dos resultados e dos novos objetivos que vamos alcançar a partir da parceria com o Cultivando Água Boa. Para São Miguel, o CAB representa qualidade de vida e, certamente, irá refletir em mudanças positivas para os países que quiserem aderir”, pontuou.

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Foto – (Samek)

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A vice-ministra de Desenvolvimento Sustentável da Guatemala, Ivanova Alvarado em visita às ações do CAB na região

Foto – (Paulo)    

Paulo Peixoto: “O CAB é um programa de interesse para todos. Não podemos deixar de compartilhar os saberes com os demais países”

Foto – (Marco)

Marco Solares: “Impressionado. Um grande exemplo a ser seguido”, disse o ex-deputado e representante de Organismo Internacional da Guatemala