O plenário do Legislativo não estava lotado – mas quem lá esteve pode testemunhar um novo momento na vida desta cidade. Em 54 anos de existência, pela primeira vez o município avançou de forma harmônica e pacifica numa nova direção, pensando única e exclusivamente no bem estar, na qualidade de vida da sua população que passa indiscutivelmente pela boa aplicação dos recursos públicos, que é de todos...
Não é nenhum exagero afirmar que com esse ato politicamente correto, o município avança pelo menos 100 ANOS no tempo e na história. Depois deste gesto nobre e elevado destes seis vereadores que optaram ficar ao lado do povo e não ao lado desta quadrilha organizada que se instalou e se apropriou da nossa cidade em 2013, aqueles que se elegerem nas próximas eleições vão pensar duas vezes antes de mudar de partido e aprovar tudo que possa beneficiar o “Rei” em troca de favores pessoais seja na área de saúde, no meio ambiente, no transporte escolar, no setor de obras e coisas do gênero...
Voltando a sessão que destitui o vereador do seu cargo, um dos fatos que chamou a atenção de todos, foi à polidez, a diplomacia, a sensatez – o jeito humano com que a Vereadora Nega da Aurora, presidente desta Comissão tratou esse assunto – com visão, responsabilidade e ponderação, deixou claro que aquele momento não era de comemoração. “Não pense que estamos comemorando com qualquer que seja o resultado desta Comissão processante – muito pelo contrário, é com profunda tristeza que estamos cumprindo o nosso dever – como o nobre vereador expôs que teve razões médicas para fazer o que fez – como vereador nós temos que ter uma postura ética e julgá-lo como determina a Lei”, disse ela.
Como presidente da Comissão, a vereadora em questão, não tinha direito a voto – em seu lugar votou o suplente Egon Remor – assim como no lugar do Vereador Francisco Machado Motta votou a suplente Valeci da Rosa.
Vale salientar que o seu pronunciamento foi feito antes da votação, logo após o Vereador Francisco Machado Motta usar todo o espaço necessário para fazer a sua defesa. Sentado ao lado do relator deste processo, vereador Elton Somavila – pelo relatório apresentado pedindo o arquivamento do processo – pelo visto, deve ser seu amigo e não um legislador cumpridor do seu dever – o vereador tinha ainda ao seu lado os dois advogados que fazem parte a assessoria jurídica da Câmara para consultá-los - como de fato o fez por diversas vezes.
Por que digo isto? Em entrevista concedida logo após o encerramento desta sessão, o vereador cassado, disse que irá recorrer desta decisão – e uma das estratégias que poderá alegar é de que o seu advogado de defesa não estava presente – muito embora, o presidente Cláudio Rodrigues, chegou a lembrá-lo que o convidasse para fazer parte da sessão. “Ele me ligou dizendo que está chegando e assim que ele entrar eu aviso”, disse Motta. E um dos argumentos que poderá apresentar em sua defesa, poderá ser justamente esse de que o seu advogado não estava presente – fato que jamais será aceito pela Justiça, tendo em vista que ele teve e fez uso durante a sessão da própria assessoria jurídica da Câmara.
Depois desta sessão que despachou o Vereador Francisco Machado Motta para o aconchego dos seus familiares, a sensação nas ruas e nas esquinas desta cidade, é que o paciente, a política no caso, estava doente e recebeu uma injeção, uma “dose extra de credibilidade”. “Um fato que marcou a nossa história e que terá repercussão até mesmo no inconsciente das futuras gerações”, me dizia uma jovem senhora, que muito embora trabalhe como diarista, nos disse que é leitora assídua do nosso Jornal e não perde uma sessão do Legislativo.
“O fato hoje aqui em questão que está sendo julgado – é sim a cirurgia bariátrica que o nobre vereador fez ao arrepio da Lei – mas, muito mais grave do que essa cirurgia, foi as suas decisões, o seu comprometimento com o Executivo onde o nobre vereador deixou de legislar e fiscalizar – função para a qual foi eleito para votar e aprovar tudo em favor da atual Administração para pagar os favores recebidos”, sentenciou a Vereadora.
Seu pronunciamento foi claro, límpido e transparente – citando inclusive vários casos que é de conhecimento público, envolvendo a falta de atendimento e negligência no setor de saúde. “Se existe alguém que deve ter regalia para usufruir dos recursos públicos – esse alguém é o povo – como legisladores nós somos muito bem pagos para exercer a nossa função. Por causa do seu voto, veja quantos e quantos pedidos de explicação, onde o objetivo era fiscalizar e verificar a boa aplicação dos recursos públicos, foram negados por essa Casa”, dissertou a Vereadora.
No final, depois de uma votação secreta, (aliás, o vereador Edson Ferreira, fez questão de mostrar o voto, dizendo que era contrário a essa cassação) na contagem dos votos 6x3 – e coube ao presidente Cláudio Rodrigues que conduziu não só essa sessão, como também todo o trâmite deste processo com a maior lisura decretar: “Declaro o Vereador Francisco Machado Motta destituído do cargo e convoco os nobres vereadores para uma nova sessão extra-ordinária amanhã para aprovação desta ata”.
É fato concreto que tudo o que está acontecendo no momento, teve o apoio incondicional de um grupo de pessoas que estão determinadas a ajudar e cooperar com o Progresso e o Desenvolvimento de São Miguel do Iguaçu.
Entre eles, não poderíamos de deixar de citar os vereadores – Cláudio Rodrigues, Nilton Wencke (popular Menino), Valdir da Silva (popular Pitonho), Raulique Farias (popular Quéti), Cleonice Maldaver (popular nega) e os suplentes Valdecir Teixeira, que mesmo não participando desta sessão – abriu espaço para a suplente Valeci da Rosa e o suplente Ego Remor.
Falando em Ego Remor, é sempre bom lembrar que o mesmo exercia o cargo de Diretor de Turismo junto à atual Administração e por votar a favor do processo de abertura desta Comissão Processante, foi destituído no outro dia do cargo. Esse foi o prêmio que recebeu por sua lisura e comprometimento com a ética e a transparência.