Protesto contra a decisão da Justiça que concedeu liminar reconduzindo o Vereador cassado aquela Casa de Leis? Não. Absolutamente não – até por que o Meritíssimo Juiz se pautou no que manda a Lei – e Lei é feita para ser cumprida e não para ser discutida.
Mas sim, pelo que esse ato representa para o progresso e o desenvolvimento de nossa cidade. Existem inúmeros fatos que poderão ser citados aqui para embasar o que estou dizendo – mas, até por uma questão de ordem cronológica – vou contar como as coisas evoluíram negativamente em nossa cidade a partir do dia 01 de janeiro de 2013.
É fato notório que a oposição ao Rumo Novo, nas eleições de outubro de 2012 fez a maioria dos Vereadores, cuja função é legislar e fiscalizar os atos do Executivo. O PMDB, por exemplo, elegeu três, entre eles esse que acaba de voltar ao poder por força de uma liminar. Além dele o Raulique Farias, o popular Quéti e o Marcos Bubach, o popular Marquinhos.
E o que houve a seguir?
Como se tratava de uma nova Legislatura, a eleição do presidente da Câmara ocorreu momentos antes da posse do novo prefeito – tendo em vista que é o Legislativo que legalmente empossa o Executivo que solenemente presta juramento de cumprir e fazer cumprir o que Determina a Constituição. Vale lembrar que todos os Vereadores também prestam juramento semelhante.
E o que aconteceu?
Com o voto deste Vereador, Edson Ferreira se elegeu o presidente de Legislativo e o Executivo se achando acima de tudo e de todos, pois tinha a maioria a seu favor, um dos seus primeiros atos insano e desumano foi retirar o Pronto Atendimento que já estava instalado junto ao Hospital Mãe de Deus – levando para o Posto Central sem a mínima estrutura...
Se ele não tivesse trocado de partido e passado para o outro lado, o Legislativo Municipal teria força para legislar e fiscalizar o que não pode fazer nos dois primeiros anos... Nem vou me ater nos mandos e desmandos envolvendo o mar de lama e corrupção, já levantado pelo Ministério Público e acatado pela Justiça e que levou a atual Administração a dois afastamentos. Nessa matéria de uma série de outras que virão, vou me pautar no Fechamento do Pronto Atendimento junto ao Hospital Mãe de Deus e o Valor da VIDA...
O QUE HOUVE, ENTÃO?
Esse caso que relato é emblemático é sintomático e revela o lado insano e desumano de um grupo de pessoas, entre os quais uma série de despreparados que NOS LEVA a se perguntar – qual o valor da VIDA?
Pois bem, é fato notório que nossa cidade já está há vários anos sem hospital – mas em dezembro de 2012, o Hospital Mãe de Deus foi inaugurado e demonstrado a todos as suas amplas e modernas instalações... Estava lá no dia da inauguração e ajudaram a cortar a fita de descerramento o atual prefeito e o seu vice...
E se o Pronto Atendimento tivesse continuado lá – se o Executivo Municipal não tivesse rompido unilateralmente com o empresário não estaríamos hoje com o Hospital funcionando, gerando centenas de empreegos e atendendo São Miguel e região com tecnologia de ponta?
E o mais importante salvando vidas... Vidas como a da Iasmin que por negligência viu o seu direito a VIDA ser sufocado por uma injeção aplicada por orientação, segundo ela, de um senhor grisalho – “até hoje, só ao vê-lo me sinto mal”, diz ela...
EXPLICANDO:
Iasmin é uma das inúmeras vítimas que já foram a óbito em nosso município por falta de um hospital na cidade... Iasmin, filha de João Marquezini e Gladys Zulida Gomes da Silva (cujo apelido é Sônia), nasceu morta no dia 28 de dezembro de 2013, às 16h30 no Hospital Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Missal.
Sua mãe, Sônia, 35 anos de idade, deu entrada no Pronto Atendimento Municipal de São Miguel do Iguaçu, por volta das 02h00, já em trabalho de parto. Segundo ela, esse senhor grisalho que lhe atendeu no Pronto Atendimento, nem se quer colocou a mão nela. “Ele disse para a enfermeira que o bebê estava nascendo. Dê uma injeção nela para acalmar a dor e mande a Ambulância levá-la para Missal que já está entrando em trabalho de parto”, relata.
“Eu sentia o nenê empurrando, querendo nascer. Minutos depois que ela me aplicou a injeção, não senti mais nenhum movimento. Chegamos no Hospital de Missal, por volta das 03h00. O médico de lá me levou para a sala de ecografia para ver o que estava acontecendo, pois o bebê não estava se mexendo. Ele me olho de maneira estranha e perguntou se eu tinha mais filhos. Eu disse que sim, que tinha mais três e perguntei porquê – por que esse está morto, me respondeu o médico”, descreve Sônia.
Segundo Sônia, o médico perguntou se ela queria fazer cesária ou parto normal - "Eu decedi pelo parto normal - e foi tranquilo - até hoje me arrependo por que é que eu não tive o meu filho em Casa mesmo - hoje ele estaria vivo", pontifica Sônia.
QUAL A SEMELHANÇA DESSE CASO COM O QUE ACONTECEU COM O NETINHO DO ADONIS?
Para quem não sabe, Adônis é dono de um Ferro Velho no Bairro Santa Catarina e por mais de 10 anos tinha um Programa dominical na Rádio Jornal – isso até o ano passado. No seu último programa realizado na Rádio ele gritou em alto e bom som protestando contra a morte do seu Neto, segundo ele, também por negligência...
E o que aconteceu com o Adônis? No outro dia o Diretor da Rádio lhe visitou dizendo: “Me desculpe Adônis, eu sei que você está cheio de razão em protestar pela morte do teu neto – nas infelizmente nós precisamos do contrato que a Rádio tem com a Prefeitura e sou obrigado a comunicar-lhe que você não tem mais o teu Programa de Rádio... Existem dezenas de relatos como esses, onde fica claro que a falta de um Hospital na cidade está ceifando vidas... Amanhã tem mais.
João Maria Teixeira da Silva