banner iptu itaipulândia

 
 
   Categorias
  ATLETISMO
  Banco do Brasil
  Brasil
  Cartas do Leitor
  Educação
  Ego Famosos
  ENTREVISTAS
  Esporte
  Eventos
  Familias
  Foz do Iguaçu
  Geral
  Itaipu Binacional
  Lindeiros
  Moda
  Mundo
  Oeste
  Opinião do Leitor
  Policiais
  Politica
  Santa Terezinha de Itaipu
  São Miguel do Iguaçu
  Sociais
  Virtudes e valores
 
     
   Colunistas
Cultura
João Maria
 
   
 
   Previsão
 
 

 
 
 
Envie por email
 
Na crise de nossa civilização, estamos indo de mal a pior. Em Doha, o aquecimento global foi posto praticamente de lado.
  Data/Hora: 6.jan.2013 - 21h 42 - Categoria: Mundo  
 
 
clique para ampliar

Leonardo Boff (O Tempo) - A realidade mundial é complexa. Se considerarmos a forma como os donos do poder estão enfrentando a crise sistêmica de nosso tipo de civilização, organizada na exploração ilimitada da natureza, na acumulação também ilimitada e na consequente criação de uma dupla injustiça – a social e a ecológica, esta com a desestruturação da rede da vida que garante a nossa subsistência -, e se, ainda, tomarmos como ponto de aferição a COP 18, realizada no fim de ano, em Doha, no Qatar, sobre o aquecimento global, podemos dizer sem exagero: estamos indo de mal a pior. A seguir nesse caminho, encontraremos lá na frente, e não demorará muito, um “abismo ecológico”.

 

Até agora não se tomaram medidas para mudar o curso das coisas. A economia especulativa continua a florescer, os mercados são cada vez mais competitivos – vale dizer, cada vez menos regulados – e o alarme ecológico, corporificado no aquecimento global, foi posto praticamente de lado.

 

Em Doha, só faltou dar a extrema-unção ao Tratado de Kyoto. Tudo foi protelado para 2015, apesar de o documento final afirmar: “A mudança climática representa uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas e para o planeta, e esse problema precisa ser urgentemente enfrentado por todos os países”. Como no tempo de Noé, continuamos a comer, a beber e a arrumar as mesas do Titanic que afunda, ouvindo ainda música. A casa está pegando fogo, e mentimos aos outros dizendo que não.

 

Diria com José Saramago: “Não sou pessimista; a realidade é que é péssima; eu sou é realista”.

 

###
CRESCIMENTO ILIMITADO

Uma premissa falsa sustenta e alimenta a crise: o objetivo é o crescimento material ilimitado, com aumento do PIB, realizado à base de energia fóssil e com o fluxo totalmente liberado dos capitais, especialmente os especulativos. Essa premissa está presente em todos os planejamentos dos países, inclusive no brasileiro. A falsidade da premissa reside na desconsideração completa dos limites do sistema Terra. Um planeta limitado não aquenta um projeto ilimitado. Ele não possui sustentabilidade.

 

Evita-se a palavra sustentabilidade, que vem das ciências da vida. Ela é não linear, se organiza em redes de interdependências de todos com todos que mantêm funcionando os fatores que garantem a perpetuação da vida e da nossa civilização. Prefere-se falar em desenvolvimento sustentável, sem se dar conta de que se trata de um conceito contraditório, porque é linear, sempre crescente, supondo a dominação da natureza e a quebra do equilíbrio ecossistêmico.

 

Nunca se chega a nenhum acordo sobre o clima porque os conglomerados do petróleo influenciam politicamente os governos e boicotam qualquer medida que lhes diminua os lucros; por isso, não apoiam as energias alternativas.

 

Esse modelo está sendo refutado pelos fatos: não funciona mais nem nos países centrais, como mostra a crise atual, nem nos periféricos. Ou se busca um outro tipo de crescimento, que é essencial para o sistema Vida, respeitando a capacidade da Terra e os ritmos da natureza, ou então encontraremos o inominável.

 

Outra razão é de ordem filosófica. Ela implica o resgate da inteligência emocional para equilibrar o poderio destruidor da razão instrumental. Como diz o filósofo Patrick Viveret, “a razão instrumental, sem a inteligência emocional, pode perfeitamente nos levar à pior das barbáries”.

 

Se não incorporarmos a inteligência emocional à razão instrumental-analítica, nunca iremos sentir os gritos da Mãe Terra. Junto com a sustentabilidade devem vir o cuidado, o respeito e o amor por tudo o que existe e vive. Sem essa revolução da mente e do coração iremos, sim, de mal a pior.

 
 

 

 

 
 
Deixe seu comentário!
 
 
 
Banner Einstein
Bassani
Banner Mirante
Banner violência se limite
Banner emprego
Banner pedrão 2018
Rose Bueno Acessórios
Banner Exposição