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João Maria
 
   
 
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Religião e espiritualidade se transformaram em mercadorias
  Data/Hora: 28.fev.2013 - 7h 38 - Colunista: Cultura  
 
 
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Fonte: Tribuna da Imprensa - Leonardo Boff - Na cultura atual, a palavra “espírito” é desmoralizada em duas frentes: na cultura letrada e na cultura popular.

 

Na cultura letrada dominante, “espírito” é o que se opõe à matéria. A ciência moderna se construiu sobre a investigação e a dominação da matéria. Penetrou até as suas últimas dimensões, as partículas elementares, até o campo Higgs, no qual se teria dado a primeira condensação da energia originária em matéria: os tão buscados bósons e hádrions e a chamada “partícula de Deus”. Einstein comprovou que matéria e energia são equipotentes. Matéria não existe. É energia altamente condensada e um campo riquíssimo de interações.

 

Os valores espirituais situam-se na superestrutura e não cabem nos esquemas científicos. Seu lugar é o mundo da subjetividade, entregue ao arbítrio de cada um ou a grupos religiosos. Ou, então, pertence ao repertório do discurso eclesiástico moralizante, espiritualizante e em relação hostil com o mundo moderno.

 

Em razão disso, a expressão “valores espirituais” surge com mais frequência na boca de padres e de bispos de viés conservador. Deles se ouve amiúde que a crise do mundo contemporâneo reside fundamentalmente no abandono do mundo espiritual. Mas, diante dos escândalos havidos nos últimos tempos com os padres pedófilos e dos financeiros ligados ao Banco do Vaticano, o discurso oficial dos “valores espirituais” se desmoralizou. Não perdeu valor, mas a instância oficial que os anuncia conta com muito pouca audiência.

 

ESPIRITISMO

Na cultura popular, a palavra “espírito” possui grande vigência. Ela traduz certa concepção mágica do mundo, à revelia da racionalidade aprendida na escola. O espiritismo codificou essa visão de mundo pela via da reencarnação. Possui mais adeptos do que se suspeita.

 

No entanto, nos últimos decênios, nos demos conta de que o excesso de racionalidade em todas as esferas e o consumismo exacerbado geraram saturação existencial e, também, muita decepção. A felicidade não se encontra na materialidade das coisas, mas em dimensões ligadas ao coração.

 

Por toda parte, buscam-se experiências espirituais novas, sentidos de vida que vão além dos interesses imediatos e da luta cotidiana pela vida. Eles abrem uma perspectiva de iluminação e de esperança no meio do mercado de ideias e de propostas convencionais. Elas ganharam força através dos programas de TV e dos grandes “shows” religiosos. Numa sociedade de mercado, a religião e a espiritualidade se transformaram também em mercadorias à disposição do consumo geral. E rendem muito dinheiro.

 

Não obstante a referida mercantilização do religioso, o mundo espiritual começou a ganhar fascínio, embora, na maioria das vezes, na forma de esoterismo e de literatura de autoajuda. Mesmo assim, ele abriu uma brecha na profanidade do mundo e no caráter cinzento da sociedade de massa. Nos meios cristãos emergiram as Igrejas pentecostais, os movimentos carismáticos e a centralidade da figura do Espírito Santo.

 

Esses fenômenos supõem um resgate da categoria “espírito” num sentido positivo e até antissistêmico. O “espírito” constitui uma referência consistente e não mais colocada sob suspeita pela crítica da modernidade, que somente aceitava o que passava pelo crivo da razão. Ocorre que a razão não é tudo nem explica tudo. Há o irracional e o arracional.

 

No ser humano, há o universo do sentimento, que se expressa pela inteligência cordial e emocional. O espírito não se recusa à razão, mas vai além, englobando-a num patamar mais alto. Em termos da nova cosmologia, ele seria tão ancestral quanto o universo, este, também portador de espírito. A era do espírito?

(transcrito de O Tempo)

 
 

 

 

 
 
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