O que era para ser uma transição pacifica – tornou-se uma guerra – e não é nenhum exagero dizer, numa guerra de verdade. E como em todas as guerras o primeiro embate é psicológico, onde prevalecem as vontades egocêntricas. E os interesses maiores da sociedade como um todo como crescimento social e econômico – geração de emprego e renda – como é que fica?
“Isso fica para o segundo tempo ou para uma possível prorrogação. Se der tempo, faremos alguma coisa no segundo tempo, mais perto das novas eleições. O objetivo agora é bloquear os espaços, marcação cerrada nos adversários e opositores”, devem pensar.
Pelo menos é o que estamos vendo no momento. Aliás, falando em industrialização e geração de emprego, o nosso município, ou melhor, a nossa população se esquece fácil das coisas. Parece que sem mais nem menos acontece uma paralisia cerebral, uma espécie de amnésia temporal.
Não faz muito tempo, um grande empresário alemão nos visitou com a intenção de instalar no município uma grande Fábrica de Cerveja, de olho é claro, no grande potencial da região que envolve além do Oeste do Paraná – o marco das três fronteiras – Brasil, Paraguai e Argentina, com um público estimado em mais de Um Milhão de consumidores.
Conversa vai, conversa vem, noticiou-se aos quatro cantos que já estava tudo acertado. Para selar o acordo, bater o martelo e darmos um salto de qualidade. Então, convidou-se diversos empresários para testemunhar o inusitado num almoço de confraternização do Terminal Turístico de Vila Ipiranga.
Tudo certo, local definido, acordo inicial já redigido, - e na hora “H”, eis que o Comandante Chefe do Município se levanta, pede licença aos demais e diz: “Para que nós possamos selar definitivamente este acordo só está faltando um pequeno detalhe – o qual eu prefiro tratar em particular com o proprietário”.
Ele, muito buenacho, confiante e com aquele verniz todo, levantou-se, convidou o empresário e saíram andando. Caminharam mais ou menos uns trinta ou quarenta metros, quando de repente o empresário deu meia volta, acelerou o passo, chegou à mesa e disse: “Desculpe-me de ter tomado o precioso tempo de vocês. Mas lamento informar que tudo aquilo que discutimos aqui, já não existe mais. O Chefe de vocês quer ser sócio em 10% da empresa para cumprir com o que acordamos”.
Virou as costas e foi embora. A onde está esta empresa hoje, gerando mais de 2000 empregos diretos e injetando recursos na economia daquele distante município? Está na Avenida Tocantins, 199, no município de Ponta Grossa.
Anos e anos depois, essa mesma pessoa visita a Uniguaçu e tenta vender o Clube Panorama para aquela Instituição.
Como a Faculdade necessita de espaço para interagir com a comunidade, a sua Direção demonstrou interesse em adquirir o Clube – e imediatamente correu atrás para ver como estava a documentação. E daí, verificou-se que o doador do terreno para a construção do Clube, não havia passado a escritura.
E por que não o fez? Simplesmente por desleixo da sociedade como um todo que não havia cumprido com o compromisso de dotá-lo da infra-estrutura definida no acordo – que além da edificação do clube, deveria ter piscinas e área de lazer, beneficiando toda a comunidade daquela região.
Quando ainda era vivo, pouquíssimas vezes falei com o doador destes terrenos (sete lotes), e numa delas ele me disse: “Isso aqui já está abandonado mesmo a muito tempo. Estou pensando seriamente em vender esse Clube para alguém que deseje colocar aqui um Super Mercado”.
Como assim, seu João? – indaguei. “Isso aqui nem diretoria tem mais – nunca fizeram uma prestação de conta. Há muito tempo que não se realiza uma Assembléia e não cumpriram nada do que estava acordado – minha intenção é tomar de volta”.
Quando os familiares descobriram a intenção “sorrateira” do meliante, resolveram agir e colocar ordem na casa, cortando o mal pela raiz. E o que se fez? Após se reunir com os membros da família, usando-se de uma procuração que havia sido deixada pelo doador, os terrenos foram vendidos e escriturados em nome de um dos membros da Família – marido da atual Diretora da Uniguaçu.
Em seguida partiu-se para a reforma do local, que hoje já se encontra em estado bastante adiantado. “Essa Instituição precisa de espaço para interagir com a comunidade. Acredito que com a reforma deste Clube que estava abandonado, quem ganha é o nosso município que terá mais espaço para a sua vida social”, garante ele.
Confesso que se essa reunião desses que se dizem descontentes por que não foram consultados sobre esse negócio, tivesse acontecido há dois ou três anos atrás, com o intuito de retomar e formar uma nova Diretoria – meu enfoque sobre esse assunto seria totalmente diferente.
Mas, deixar o Olho Grande crescer, depois que a venda já se efetivou e as obras de reformas já estarem no estágio que está visando tornar o que era uma tapera velha num novo espaço de lazer e recreação para a população, é um absurdo. Que o Clube Panorama foi um dos mais tradicionais de São Miguel, não resta dúvida.
Mas quem deve ser levado aos tribunais para possíveis ressarcimentos são seus ex-diretores que foram lenientes, irresponsáveis e nem mesmo o básico, que é convocar uma Assembléia para eleger uma nova Diretoria há muitos e muitos anos não fizeram mais. O Clube não morreu de morte natural, ele desapareceu por preguiça social, leniência viral.
Essa tentativa de se buscar na Justiça a anulação da escritura que hoje está em nome do seu novo dono, pode até acontecer no primeiro momento, devido a uma pequena falha, tendo em vista que a assinatura foi efetuada somente com a procuração do doador que não se encontra mais entre nós. Mas esse era o seu desejo, como é o desejo dos seus familiares.
Se conseguirem anular a escritura, a mesma volta para o seu antigo dono. E daí os familiares assinam em conjunto e tudo volta a onde está hoje. Como coloquemos na introdução: “se o assunto é guerra, podem até ganharem na faca, mas vão perder no facão”. Eu me pergunto: Em sã consciência, não seria muito mais fácil sentar, discutir e tentar resolver uma questão como essa como gente civilizada? Antes queriam vender, hoje querem retomar – mas se o negócio é comprar, procurem o seu legítimo proprietário e façam uma oferta. E a vida continua linda, leve e solta, sem esse clima nocivo e destrutivo que alguns poucos tentam semear...
Vejam a repercussão desta matéria nas redes sociais...
O artigo acima, nós compartilhamos nas redes sociais... Vejam a enorme repercussão que o mesmo teve ontem, na Comunidade São Miguel, onde o moderador e colunista do nosso Jornal, Cláudio Albano, até que não teve muito trabalho. Para nós aqui da redação, foi um prazer enorme verificarmos a presença do poeta, escritor e artísta plástico, Celito Medeiros, neste debate... Celito embora não tenha nascido em São Miguel do Iguaçu (natural de SC), veio para cá com apenas dois anos de idade e tem um grande amor por essa terra, a qual considera sua terra Natal de coração... Confira os comentários e tirem as suas conclusões...
Acabei de ler uma matéria no jornal O FAROL sobre a confusão q esta rolando sobre a venda/doacão do clube panorama, o jornal diz q e' um bem para a comunidade, mas me veio uma duvida.... a Faculdade não e' particular?? Se a comunidade quiser usufruir desse bem não devera' pagar?? Pergunto aqui pq estive fora do Brasil por muito tempo e talvez perdi alguma passagem importante neste sentido... alguém pode esclarecer isso??