Apesar de estarmos vivendo um dos períodos mais criativos da história da humanidade, com um futuro aberto a todo tipo de possibilidades - terreno fértil, ótimo clima, royalties, super safras, localização estratégica no coração do Mercosul, a impressão que se tem é que estamos virando as costas para o mundo civilizado.
Encerrou há pouco nas dependências do Legislativo Municipal, a Audiência Pública de prestação de conta do primeiro quadrimestre desta gestão. Pelos números e até no visual, é inegável que houve avanços neste setor, principalmente, com relação ao aumento de profissionais que dizem que existem e estão atuando na área (22 médicos), aumentando significativamente as especialidades.
A grande pisada na bola, a meu ver nesta apresentação, foi os comparativos dos números relativos ao quadrimestre do início de gestão (R$ 4.103.581,00) – com o quadrimestre de um final de mandato (6.576.508,00), onde se tem férias, décimo terceiro, rescisões contratuais – sem contar que num regime democrático, desde que o mundo é mundo, os gastos em ano eleitoral são aumentados consideravelmente. Por falta de um melhor nível cultural, grande parte da população termina confundindo consciência eleitoral com oportunismo "pontual".
São mais de 200 profissionais diretos e terceirizados atuando na área. Quantas recisões de contratos foram feitas? O quanto se pagou de férias e de décimo terceiro no final de ano para esses profissionais?
A pesar da escorregada inicial de romper de maneira unilateral o compromisso assumido pela gestão anterior com o Hospital Mãe de Deus, temos que admitir que a disposição de se realizar um bom trabalho, na área de saúde é inegável.
E porque acirrar ainda mais os ânimos apresentando dados que não condizem com a realidade?
O comparativo coerente que se usa em qualquer dado estatístico tanto em pesquisa ou na apresentação de relatórios, feito por profissionais éticos, a comparação que se faz é um mês com o outro de cada ano. Janeiro com janeiro; fevereiro com fevereiro; março com março; abril com abril. Isto é básico. Isto é elementar, seja na imprensa ou em qualquer prestação de conta – quando se faz um comparativo é assim que se procede.
Ou seja: Compara-se o primeiro quadrimestre de 2013 (4.103.581,00), com o primeiro quadrimestre de 2012 (3.215.000,00). No mundo civilizado onde existe ética e bom senso, é isso que se faz. Se fossem feitos os comparativos desta forma que é o correto – os números seriam outros. Ou seja, gastou-se cerca R$ 900.000,00 a mais no quadrimestre (janeiro, fevereiro, março e abril) de 2013, em relação ao quadrimestre (janeiro, fevereiro, março e abril) de 2012.
E os gastos a mais seriam simples de explicar, mencionando que houve inflação, maior número de médicos, maior número de enfermeiras técnicas contratadas, reforma com o aumento do Pronto Atendimento, maior número de consulta – o que é natural. Mas, pelo visto, o objetivo é dividir, enganar e colocar fogo aonde já existe um barril de pólvora pronto para explodir.
Depois de fazer este comparativo, poderia dizer: Mas, com relação aos últimos meses de 2012, houve sim, uma redução substancial, e colocar inclusive os números, dizendo e explicando a população que o aumento no último quadrimestre da gestão anterior, embora seja considerado alto, é um problema do Tribunal de Conta. Sem deixar de mencionar, é claro, que houve gastos extras como acima citamos.
Isto é civilidade, isto é respeito e cidadania. Isto é querer viver em paz e em harmonia. Isto é progresso, isto é desenvolvimento. Isto é crescimento material e espiritual. O período eleitoral já passou. A hora agora é de união, trabalho, geração de emprego e renda e principalmente saúde para a população.
Dizer que vão colocar seis “outdoors” na cidade mostrando para a população o quanto se economizou fazendo esse comparativo é querer dar um tiro no próprio pé... Com esses números poderão até enganar alguns “incautos” no primeiro momento – mas não o tempo todo.
O relógio do tempo não pára, ele continua girando e logo ali na frente vamos ter uma nova prestação de conta.
Até vejo na Secretária Municipal de Saúde, uma pessoa organizada e centrada, com certo ar de doçura e bondade – mas, pelo visto, tem sofrido pressão externa – esse tipo de comparativo não é da sua índole. Posso estar enganado, mas pelo visto, aí tem o dedo, o braço e a orientação do nosso amigo Charles...
Em vez de fazerem seis “outdoors” com esses números, façam somente três com o comparativo. Nos outros três coloquem: Fizemos 13.914 exames laboratoriais em quatro meses a um custo total de (...).
Não seria mais transparente e muito mais producente colocar ao lado os valores de cada exame, ou no mínimo o quanto se gastou com eles? Por que incluí-los junto com despesas médicas como se apresentou no relatório?
Não faz muitos anos, parte deste mesmo time que antes era oposição, fez o maior barulho quando se licitaram 50 mil exames. Número considerado muito alto na época. E hoje, se pegarmos 13.914x3= 39.742, muito próximo dos 50 mil, não.
Agora faça, 39.742x4 novamente, relativo aos quatro anos: Vamos ter: 158.969 exames em quatro anos. Se cada exame custar R$ 10,00, irá para o Laboratório R$ 1.589.680,00...
Esses números merecem ou não merecem que o Laboratório mande confeccionar uma série de outdoors pela cidade agradecendo a bondade e a generosidade do Governo Novo com o Dinheiro do Povo?
Antes de fazer esta matéria, eu tomei um suco de maracujá – estou calmo, muito calmo... Por hoje chega, na sexta-feira, prometo voltar ao assunto, como sempre, assessorando, explicando e orientando – e o mais importante, não cobrando nada por isso.
Nosso desejo é ver a cidade crescendo. Nossos filhos nascendo e crescendo por aqui e podendo gritar para quem quiser ouvir: Tenho orgulho de SER Sãomiguelense.
Nosso objetivo aqui é ajudar, ajudar e ajudar... Nunca se omitir - jamais dar corda para Crianças indefesas, para pessoas ingênuas que podem correr o risco de não saber usá-la, - e assim, correr o risco de lá na frente usar a mesma para se enforcar...
Se o comparativo da corda ainda não serviu para abrir os olhos e alertar, no próximo vamos usar uma outra figura de retórica mais fácil de entender.
A onde vamos parar?
Apesar de estarmos vivendo um dos períodos mais criativos da história da humanidade, com um futuro aberto e todo tipo de possibilidade, terreno fértil, ótimo clima, localização estratégica no coração do MERCOSUL, a impressão que se tem é que estamos virando as costas para o mundo civilizado.
A onde estamos errando? Uma rápida visualizada no panorama político local atual dá para ver que existe algo de errado – e mesmo esses erros estando à mostra, na superfície, os que deveriam fazer alguma coisa, fingem que nada vêem.
Na semana que passou, enquanto a frentista do Posto que fica a poucos metros da minha residência abastecia o meu carro – desci e fui em direção a um senhor que estava ao lado em companhia da sua esposa. Além de cumprimentá-lo, o intuito era pedir o seu apoio para que usasse da sua proximidade com o Governo Municipal e nos ajudasse na luta que resolvemos encampar pelo Hospital Mãe de Deus, que no meu ponto de vista é um verdadeiro presente para São Miguel e região.
Além de salvar VIDAS, gerar emprego e renda, assim que o mesmo estiver totalmente funcionando, vai dotar o nosso município no que existe de melhor no mundo da medicina – tecnologia de ponta. Dirigi-me a ele por que na minha concepção – pelo menos a primeira vista não se trata de qualquer um, afinal, há pouco mais de dois meses havia assinado um contrato de R$ 1.200.000,00 com o governo municipal, ao ganhar uma licitação.
Mas para minha surpresa, trata-se de um alienado, com a visão voltada única e exclusivamente para o seu próprio umbigo. Ele nem pestanejou – foi direto e com um sorriso nos lábios, foi logo dizendo: “Eu sou contra, quero mais é que aquilo lá fique fechado”, só faltou complementar: “Não foi feito por nós e se aquilo lá funcionar como estão dizendo que vai funcionar, poderá se voltar contra nós nas urnas”.
Diante da minha visível reação, ele tentou desconversar. “Se ele conseguir abrir e tocar aquilo lá como particular, sem dinheiro público, tudo bem”. Pasmem senhores! Mas foi isso que eu ouvi de um sujeito que acaba de assinar um contrato de R$ 1.200.000,00 com o governo municipal – ou seja, colocando a mão para administrar o meu, o seu, o nosso dinheiro. A onde vamos parar com esse tipo de mentalidade?
E o pior dos piores é que ele acha que está certo. Inclusive, se você ligar o gravador e pedir que reflita melhor sobre o seu ponto de vista, ele é capaz de dizer: “Eu sou o cara e sei que estou certo. Foi Deus que separou o céu e a terra, - mas fui eu que indiquei seu caminho para as estrelas. Minha intenção agora é dotar a humanidade de um novo código de postura, onde palavras como VERDADE e JUSTIÇA sejam varridas das leis universais”.
João Maria Teixeira da Silva