Não eram muitas, cerca de 250 pessoas, na sua grande maioria jovem – portando faixas e cartazes saíram da Praça Henrique Ghellere, em frente ao Colégio Ativa, desceram pela Rua Salgado Filho, desfilaram pela Farroupilha, dobrando na Castro Alves, retornando pela Rua Duque de Caxias, para se concentrarem novamente e encerrar a passeata em frente ao Paço Municipal, Abel Bez Batti, acompanhados pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal.
Considerando que a Capital Paulista, com mais de 10 milhões de habitantes, conseguiu levar para a Av. Paulista, cerca de 250 mil pessoas – o município de São Miguel do Iguaçu, com 27 mil habitantes está dentro da proporção.

Parabéns aos Organizadores, primeiro pela coragem de realizar um manifesto como esse numa cidade como a nossa, aonde salvo raras exceções, a população só vai as Ruas para assistir um show, uma missa, ou na hora de votar – e na maioria das vezes sem se preocupar ou se interessar com o conteúdo do que esstá ouvindo ou com o perfil de quem está recebendo o seu voto.
Nos cartazes e no palavreado, tudo estava conectado as reivindicações nacionais, e o grande bordão repetido e exaurido também estavam dentro da conexão – ou seja, abaixo a corrupção, mais saúde, melhor educação, investigação das obras da copa – coisas do gênero que fez crescer e aflorar a indignação das pessoas em todo o país.
Entre os presentes na passeata, mostrando o seu lado jovem e a sua insatisfação com o modelo atual, o empresário e arquiteto, Clayton Barbiero ao lado da sua esposa Yuka, que também é empresária na área de Turismo e ultimamente tem organizado excursões e visitado as cidades mais importantes do país e do mundo.
Dizia-me Clayton que ao mesmo tempo em que vê com alegria manifestações pacificas e ordeiras como essa com suas justas reivindicações, tem se preocupado com os oportunistas que tem se infiltrado nestes manifestos nos grandes centros procurando estabelecer a baderna e o caos.
“Nessas horas é preciso agir com todo o rigor e essa orientação repassada aqui pelos organizadores de que caso surja o menor indício de vandalismo no percurso, as pessoas de bem devem sentar no chão para que os órgãos de segurança possam visualizar os arruaceiros, deveria ser usado em todos os manifestos do país”, entende Clayton.
Sobre a manifestação, as imagens falam por si...





Para melhor entender o que está acontecendo no momento atual, não deixe de ler: A sincronização das Informações quebrando paradigmas de mais de 400 anos de alienação social...
O governo que fique esperto – e quando digo governo, estou me referindo a qualquer tipo de governança, seja a nível municipal, estadual ou federal em qualquer parte do mundo. O que estamos vendo hoje de norte a sul do país é a difusão do "ego" das pessoas através dos meios de comunicação – a internet e os seus compartilhamentos nas redes sociais.
Como descreve Daniel Pinchbeck, em seu artigo “Como a cobra muda de pele”, - “Cada vez mais, com nosso estilo de vida ligado à rede mundial, experimentamos nossa identidade como contextual, fluída e relacional, mais do que como uma entidade separada, que é fixa e permanente”. Isto é fato! O assunto é sério e deve ser abordado com a maior responsabilidade por todas as camadas sociais.
Todo e qualquer político que gastou milhões em campanhas eleitorais para se eleger pensando única e exclusivamente em meter a mão grande no dinheiro do povo, deve pensar mil vezes antes de aprovar uma PEC 37, ou uma PL 122, por exemplo. Com a interação da internet, onde as informações passaram a ser compartilhadas e consequentemente globalizadas, os paradigmas de mais de 400 anos de civilização moderna estão chegando ao fim da linha.
Acabou-se o tempo da passividade e o povo na rua nos dias atuais – que para uns pode parecer anormal, nada mais é do que um processo natural de evolução da consciência humana. Sem uma repaginação, sem uma reorganização comportamental ética e moral urgente, urgentíssima, principalmente por parte dos nossos governantes, a tendência natural é evoluir para o caos generalizado.
É um momento importantíssimo para a evolução e repaginação da espécie humana – ao mesmo tempo, delicado e preocupante. Esta é a hora das pessoas de bom senso, os homens de bem colocar em campo essa massa cinzenta chamada cérebro, pois “o véu entre matéria e consciência está cada vez mais fino e permeável”, como nos ensina o Mestre. Basta assistirmos as programações dos nossos considerados grandes meios de comunicação para vermos que os nossos lares estão sendo invadidos diuturnamente com criações cujo nível de consciência são baixos e desprezíveis, cujo conteúdo são transferidos e que vão influir diretamente na vida das pessoas.
Muitos meios de comunicação como a Record, por exemplo, fazem do crime e da desordem o prato favorito da sua Programação Diária. Tudo o que existe no submundo do crime, é repetido dezenas de vezes em horário nobre, multiplicando e revoltando a população contra tudo e contra todos. Não que devemos colocar debaixo do tapete tudo o que é ruim, mas fazer do crime o diário de bordo para manter audiência lá no alto, é um desrespeito ao país, a cultura e a memória de uma nação. Vejam vocês que hoje existem bandidos assaltando e matando com a cara limpa, mesmo onde existem câmeras.
E muitos deles, antes de saírem para praticar os seus crimes, dizem para os seus familiares: “Hoje eu vou aparecer bonito na fita...” Vejam vocês à importância da mídia. E tem mais... Se os veículos de comunicação, a grande mídia parar de dar importância aos movimentos de Rua, eles terminam morrendo por si só de morte natural... Quanto mais a Grande Mídia ficar repetindo no ar os atos de vandalismos, estão na verdade incitando esse bando de marginal a cometerem mais Vandalismo...
Se a sociedade como um todo não rever os seus conceitos, envolvendo principalmente os setores de SAÚDE E EDUCAÇÃO, é bem provável que num curto espaço de tempo a humanidade repita o processo do Big Bang ao inverso – dissipando-se numa nuvem de poeira e pó – para ressurgir logo ali, usando bordunas, tacape e lanças para se alimentar e recomeçar tudo de novo. Acreditem! Não é nenhuma futurologia do caos, não. É fato, basta ver o que está acontecendo nos dias atuais.
O que era antes socialmente aceitável, já não é mais. Acabou-se o tempo em que governos despreparados e mal intencionados achavam que comprando os veículos de comunicação tradicionais como rádios e informativos locais e regionais podiam fazer o que bem entendia com o dinheiro do povo. Os tempos mudaram. As ferramentas de comunicação como a internet e as suas redes sociais unificaram as mentes e o que era individual passou a ser coletivo.
Com o advento desta nova ferramenta as mazelas sociais passaram não só a serem discutidas, como também compartilhadas e interligadas entre si e o comportamento das pessoas está deixando o campo virtual e passando a ser realidade comportamental. E até mesmo aqueles governantes que investiram fortunas para comprar a Presidência da Câmara, por exemplo, achando que se tiver a maioria pode aprovar, deitar e rolar – e se preciso for, calar a boca da oposição – diante da reação da população, podem deixar de existir como governo do dia para a noite.
Acabou-se o tempo em que os coronéis da comunicação, bem alimentados e bem assessorados sentavam atrás de um microfone e conseguiam engambelar a população. Um abraço pra comadre aqui, outro abraço pro compadre ali, já não consegue segurar mais a energia e a criatividade desta nova geração. Achar que está firme e forte no poder, simplesmente por que tem distribuído generosamente o dinheiro do povo entre os seus, é ledo engano.
“O povo descobriu que existe vida além da linha do horizonte e que seus filhos foram criados para serem cuidados, nutridos, providos em cada uma de suas necessidades, com a finalidade de assegurar a sua saúde, o seu perfeito bem estar e a sua prosperidade harmoniosa”, como nos ensina o mestre dos Mestres, que todo homem público deveria se espelhar.

João Maria Teixeira da Silva