"Onde quer que se descuide da Educação, o estado sofre um golpe nocivo". (Aristóteles)
Segundo a secretaria de educação, em nota divulgada ontem, 76% das escolas do estado foram afetadas pela greve – sendo, 53% de forma parcial e 22% de forma total. Os restantes tiveram aulas normalmente ontem pela manhã.
Em visita ao Colégio Nestor Victor dos Santos, um dos maiores do município de São Miguel do Iguaçu, verificamos hoje pela manhã que, dos 457 alunos que freqüentam a escola neste período, apenas 27 compareceram - os demais também estão em greve em apoio aos professores e funcionários. Entre os professores, dos 33 que compõe o quadro, somente 07 compareceram para trabalhar hoje de manhã. Segundo a Diretora Elizabete Shemmer, o percentual do perído da tarde e a noite, é praticamente o mesmo.
Os grevistas se concentraram pela parte da manhã em frente ao Colégio Castelo Branco – em seguida se concentraram em frente a Prefeitura Municipal, onde os professores cantaram o hino do município e fizeram pronunciamentos esclarecendo a população sobre os motivos desta paralisação. A passeata continuou pelo centro da cidade até o Colégio Nestor, onde permanecerão até que a classe chegue a um acordo com o Governo.

A categoria exige a implantação da hora-atividade de 33% de carga horária, mudanças no modelo de atendimento à saúde e fim do desconto do vale transporte para profissionais afastados em licença médica. Outra reivindicação também é o reajuste salarial de 10%, implantação do piso nacional e reajustes no piso regional, além de novos concursos público e agilidade no PSS (Processo Seletivo Simplificado).
Segundo o Sindicato, existe hoje uma dívida de cerca de 130 milhões do Governo para com os professores.
Segundo dados da Seed, a rede possui 2.149 escolas, 73.595 professores e pedagogos, 23 mil funcionários e 1.366.251 alunos matriculados. Em nota, a Secretaria da Educação afirma que "mantém diálogo permanente com os profissionais do magistério e está honrando a pauta de reivindicações apresentada pelo Sindicato dos Professores do Paraná desde o início da atual gestão." A secretaria apresentou contrapropostas e destacou o custo da implementação.
O aumento da hora-atividade dos atuais 30% para 33,3% demandaria R$ 17 milhões ao mês e deve ser implantado a partir do próximo ano letivo, diz a nota. O Estado oferece 6,06% de reajuste na data-base, atualmente em R$ 3.005,94 para 40 horas semanais. De acordo com o governo, o valor é 70% superior ao piso nacional.