O exemplo de Santo Antônio da Platina, onde no dia 14 de julho deste ano uma empresária da cidade se revoltou com o aumento do salário dos cargos do Executivo e do Legislativo que chegou a ser aprovado em primeira discussão (depois voltado atrás pelos próprios vereadores), está fazendo escola no Estado e no país - e seus efeitos também já chegaram em São Miguel do Iguaçu.
Ontem (15), por exemplo, membros da sociedade civil se reuniram nas dependências do Sindicato Rural para fazer um balanço de como andam o abaixo assinado que já está circulando visando coletar assinaturas para a apresentação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular junto ao Legislativo, visando reduzir o subsídio dos vereadores.
“Entendemos que o valor que um vereador recebe hoje de R$ 5.200,00, não seria alto se o mesmo se dedicasse e realmente fiscalizasse o Executivo. Mas, infelizmente não é o que acontece. E a prova está aí – uma sucessão de escândalos e mais escândalos que estão sendo levantados pela Promotoria Pública e por um ou outro vereador que tem realmente procurado fazer a sua função”, me dizia um dos líderes.
Esse Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que os mesmos querem apresentar, solicita a fixação do subsídio dos vereadores em R$ 1.500,00. Caso seja aprovado, ele terá efeito sobre a próxima legislatura. “Nossa intenção é fazer com que, quem se proponha a concorrer a um cargo desta magnitude, veja isso como uma missão que lhe foi delegada pela população para aquele período. Ao contrário do que acontece hoje – o que se vê é que ser vereador passou a ser uma profissão”, relata essa mesma fonte.

O que se observou, até pelo grande número de assinaturas que já foram coletadas, é que a população, na sua maioria absoluta é a favor desta redução. “O que temos colocado para as pessoas, é que não adianta ela só assinar a folha e colocar os seus dados. É preciso também mobilização, pressão popular no dia em que o mesmo for apresentado em plenário para ser votado”, orienta.
Esse movimento, segundo eles, é suprapartidário, e prevê que até o próximo dia 30, conseguirão colher o número de assinaturas suficientes para a sua apresentação. “De acordo com a Lei, se faz necessário a assinatura de no mínimo cinco por cento do eleitorado do município – mas, pelo visto esse percentual será bem maior”, pontifica.
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