O que dizer diante de um espetáculo midiático desta magnitude?

Como acreditar que mesmo diante da situação em que passa o país, onde a grande maioria vive um clima de desesperança – muitos deles com um olho no gato e o outro no rato, ainda consegue manter aceso o “espírito olímpico” em seus corações?

Neste quesito temos que admitir que São Miguel do Iguaçu, deixou uma boa impressão... Bem verdade é que, entre os que lá estiveram para recepcionar a Tocha, na sua maioria eram jovens estudantes, pessoas que ainda sonham e acreditam num mundo mais humano, mais fraterno e visceralmente mais justo.

E o que vimos é que, a força coletiva destas “consciências limpas” e destituídas de maldade, fez com que no trajeto por onde a Tocha passou imperou o bom senso e a bondade. A Chama Olímpica foi saudada com alegria e entusiasmo, em especial desses corações juvenis... Ao contrário do que houve nas Ruas de Cascavel, onde um jovem tragado pelas sombras do mal que permeia o nosso cotidiano atual resolveu apagá-la usando um extintor de incêndio.

O que surpreendeu o público em geral foi o grande aparato de proteção em torno da Tocha...

Segundo números fornecidos pela organização do Comitê Olímpico são mais de 400 pessoas diretamente envolvidas que diariamente embarcam em aeroportos, cruzam rodovias, rios e mares para disseminar esses valores associados ao Espírito Olímpico, como a superação pessoal, respeito pelo “fair play” e uma busca de uma união entre todos os povos através do esporte. (Foto: Prefeitura Municipal)

Um aparato de peso, envolvendo dezenas de veículos, entre carros, ônibus e motos, sem contar é claro, do pessoal da Força Nacional, Rocan, Guardas Municipais, e nesse meio todo, fuzis e metralhadoras, pistolas automáticas e mãos treinadas para se preciso for, ir ao extremo para não deixar o “Espírito Olímpico” se apagar. (Foto: Prefeitura Municipal)

Momentos antes de começar o desfile da Tocha pelas Ruas de São Miguel me aproximei de dois membros do Comitê Olímpico, jovens esguios, todos conectados com “sinal ponto” no ouvido e me atrevi a perguntar a um deles os números acima – quantas pessoas estão envolvidas nesse aparato todo?

Rapaz! Por que tive essa ousadia. O rapaz não disse uma palavra e simplesmente me fulminou com o olhar como se dizendo o que é que você está fazendo aqui...

Não dei importância a ele e perguntei a outra jovem que estava ao lado que também fazia parte da organização – e com muita educação me disse: “Essa informação quem pode lhe dar é a Claudia, nossa assessora de imprensa que está vindo no veículo atrás. Ela está com um crachá que você poderá identificá-la facilmente”, me informou.

Enquanto procurava pela Claudia, eis que me dou de cara com ela, a estrela maior do Espetáculo Econômico e Midiático. Sim! A Tocha Olímpica e o seu contagiante Espírito Olímpico... Ela foi logo me repreendendo e me cobrando em público a inspiração que Ela havia me passado há meses atrás... (Foto: Prefeitura Municipal)

Veja o nosso diálogo:

- “Você não lembra que através de um contato imediato, Eu lhe inspirei e claramente deixei claro que gostaria de ficar eternizada para sempre nesta cidade como um dos mais nobres monumentos em homenagem ao Espírito Olímpico?” (Foto: Prefeitura Municipal)

- “Me lembro sim, e até esbocei um mini projeto a esse respeito onde eu procurava colocar em harmonia junto com sua Majestade os quatro elementos da natureza – a água, a terra, o ar e a sua chama, o Fogo – mas, na sequencia, eu senti um forte impacto contrário, uma força reativa coletiva a qualquer homenagem na qual a sua áurea fosse associada”, lhe respondi.

- E só por causa disso, você desistiu? Cadê a perseverança, a superação, a determinação e o entusiasmo? (Foto: Prefeitura Municipal)

E antes mesmo de eu dizer alguma coisa, continuou me desancando e cobrando caro pela minha negligência e falta de compromisso com a sua nobre missão...

- Mas qual é a sua Real Missão e como justificar todo esse aparato que lhe acompanha dia e noite cruzando céus e mares, lhe perguntei.

- A minha missão maior é a mesma que deve ser de todos os seres vivos que existem na Terra, com os quais eu procuro me comunicar através desta ponte mental/espiritual para inspirá-los. “A Sintonia com a Consciência Divina e o total domínio de si deve ser a razão de viver e a sua única meta. Quando a tiver alcançado, tudo o que sempre desejou será seu – de uma forma nova, transcendente e eterna”.

- “Esse é o verdadeiro Espírito Olímpico, então”, insisti.

- Digamos que sim. Um atleta olímpico que sobe no pódio e conquista uma medalha de ouro é um exemplo vivo de superação e amor ao que faz... Ele não desiste, corre atrás do seu objetivo e procurar superar todos os seus obstáculos, assim como fazia o Alcindo, quando corria quase que todos os dias entre Jardinópolis e Medianeira para aprimorar o seu preparo físico e conseguir o seu objetivo como bom atleta profissional que foi...

- Estais me dizendo então, que a sua vinda a São Miguel é Divina e providencial...

- Sim! Isso mesmo. E muito embora reconheça às dificuldades ego/emocionais que a cidade esteja passando no momento, aonde a corrupção e o egoísmo vêm dilapidando e desestruturando boa parte das Instituições, consigo antever uma ótima perspectiva em termos de futuro para essa cidade...

- Como assim – pode explicar melhor...

- Veja que hoje, dia 30 de junho de 2016, coincide também com a visita do deputado federal Sérgio Souza ao Hospital Mãe de Deus...

Sua visita hoje a essa Instituição de Saúde, é o elo entre o presente e o futuro... Em breve, vamos ter aqui um Hospital de Referência não só para São Miguel, como também para o Estado, o país e o mundo...

- Como fazer para dissipar todas essas sombra que hoje pairam no ar e estão dificultando essa passagem...

- Tudo isto é o reflexo da ignorância de um povo...

O reflexo de anos e anos de mágoas acumuladas, onde sobrou egoísmo e faltou compaixão. Lembre-se: “O ressentimento cria uma verdadeira algema energética que nos mantém atado aos ofensores em uma terrível prisão sem grades. Essa mágoa entope de sujeira o coração das pessoas – esse armário sagrado que existe dentro de cada um de nós. A raiva oriunda dessas mágoas termina envenenando as águas que abastecem a fonte da vida, o AMOR’.

Esse texto é uma homenagem a todas as pessoas de bem que sonham com um mundo melhor. Em especial a essas pessoas que se inscreveram para desfilar com a Tocha, o nosso Espírito Olímpico.

Confesso que estou divinamente encantado com esse momento de inspiração – momento esse definido pelo "primeiro ministro" como:  “viajar na maionese”, mas que para mim, assim como nos ensina o Mestre, é: “Entender que para ser feliz é indispensável perdoar sem tributos e amar sem condições; que aquela pessoa com quem você vive as turras é quem irá despertar o melhor que ainda adormece em sua alma; que o seu maior inimigo não está nas ruas, mas se movimenta sorrateiro nos porões ainda escuros da sua alma a espera de luz. É perceber que essa é a grande batalha da vida”.

Essa Tocha Maravilhosa. Ela nos inspira e nos mostra que mais é menos – que a verdadeira elegância consiste em ser mais com menos e que isto está ao alcance de todos e de qualquer um, na simples escolha pela incomensurável beleza de ser simples, como vivia e nos ensinava o mestre dos Mestres há mais de 2000 mil anos...

Essa Tocha Maravilhosa... Ela nos ensina e nos inspira que o que a faz viver na excelência e a faz perpetuar na história e manter a sua chama acessa eternamente, é o AMOR...

Ela nos ensina que “liberdade, fraternidade e igualdade” são valores nobres e que não há necessidade de plantar drogas, armas no carro ou na casa de quem quer que for, simplesmente por vingança...

Sim! Meus queridos predadores disfarçados de Administradores – estamos vivendo novos tempos, onde o Manto Sagrado da Lei está mandando para trás das grades nomes antes considerados sagrados diante do coletivo social – lições que servem de alertas para todos nós e nos mostra que estamos vivendo de fato um novo tempo, onde se faz necessário, esvaziar as gavetas do coração retirando de lá toda essa maldade e essa desmedida ambição.

João Maria Teixeira da Silva